Criada a partir de seleção de cartas do dramaturgo francês Antonin Artaud, peça da companhia carioca Amok Teatro é a terceira atração da temporada.
O Teatro Oi Brasília (Complexo Golden Tulip Brasília Alvorada, SHTN Trecho 1, vizinho ao Palácio da Alvorada) e o Ministério da Cultura dão prosseguimento ao Projeto EnCena. Após o sucesso dos espetáculos ADUBO ou a Sutil Arte de Escoar pelo Ralo (janeiro) e A Descoberta das Américas (fevereiro), a terceira atração da temporada é Cartas de Rodez, com o ator e diretor francês radicado no Rio de Janeiro, Stéphane Brodt, e direção de Ana Teixeira, em cartaz dia 22 de março (sábado), às 21h.
Os ingressos, custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), e estão à venda na bilheteria do teatro (de terça-feira a sábado, das 13h às 19h.
Mais informações:
Telefone: (61) 3424-7121
Classificação indicativa: 14 anos
Os seis espetáculos teatrais do EnCena, que serão realizados até o mês de maio (ver calendário em seguida), têm patrocínio dos Correios, GRUPO BB E MAPFRE e BHG com apoio do Bar do Alemão e do Royal Tulip Hotel.
Calendário Projeto EnCena
22 de março – Cartas de Rodez (com a Cia. Amok Teatro-RJ)
12 de abril – Eu vi o sol brilhar em toda a sua glória (direção: João Paulo Lorenzon-SP)
26 de abril – Alma de Peixe (Teatro para Bebês-DF)
17 de maio – A Arte de Dizer Palavrão (direção: Alexandre Ribondi-DF)
Saiba mais sobre o espetáculo:
O ator, poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud é o autor de um dos mais importantes livros sobre teatro do Século XX, O teatro e seu duplo. Em 1937, no auge de seu envolvimento com o que acreditava serem “forças mágicas”, Artaud foi internado como louco. Maltratado em diversos manicômios, ele foi transferido, após seis anos, para o asilo de Rodez, região francesa não atingida pela ocupação alemã na Segunda Guerra. Lá, ele permaneceu de 1943 a 1946 e estabeleceu intensa correspondência com o Dr. Ferdière, médico responsável do estabelecimento. Uma relação ambígua, de afrontamento entre dois mundos em oposição: o da medicina e da razão social e o do poeta, cuja razão ultrapassa a lógica do “homem saudável”. O espetáculo Cartas de Rodez é justamente uma seleção dessas cartas, um diálogo desesperado de Artaud com seu médico e, através dele, com toda a sociedade.
Cartas de Rodez não procura imitar Artaud, nem se separar completamente dele. Trata-se de uma transposição para a cena do poeta e de sua situação. A construção do espetáculo estabelece um diálogo teatral entre Artaud (1896-1948) e Etienne Decroux (1898-1991), dois homens pertencentes à mesma geração do teatro, que romperam com seus predecessores e fundaram o trabalho do ator sobre uma ciência precisa e rigorosa do corpo. O objetivo é confrontar suas pesquisas, suas visões, imaginar o ator como um hieróglifo animado, desenhando o espaço com seus gestos e golpeando forte o ar com o sopro.
A ideia de montar esse monólogo surgiu quanto o ator francês, radicado no Rio de Janeiro, Stéphane Brodt (ex-integrante da Cia. Théâtre du Soleil) e a diretora brasileira Ana Teixeira (que foi da Cia. Théâtre de L´ânge Fou) descobriram as cartas de Artaud. “Ficamos impressionados com a força desses escritos. Nas cartas encontramos não só o grande homem de teatro e poeta genial, mas uma pessoa em terrível estado de sofrimento. Encontramos Artaud sob outro aspecto, nos falando de sua dor, através de uma escola mais íntima e espontânea”, lembra Ana.
O espetáculo estreou em 1998 no Instituto Philipe Pinel, no Rio de Janeiro, e recebeu o Prêmio Shell de Teatro de “Melhor direção” para Ana Teixeira e de “Melhor ator” para Stéphane Brodt. O espetáculo recebeu também o prêmio Mambembe de “Melhor espetáculo”, além da indicação de melhor direção para Ana Teixeira.