A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou uma operação na manhã desta terça-feira (21/10) que resultou na apreensão de ao menos quatro veículos de luxo envolvidos em um esquema de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa, que atingia lojas de cosméticos no Distrito Federal.
Os automóveis apreendidos possuem um valor total estimado em R$ 4,4 milhões segundo avaliação do mercado automotivo e incluem modelos como SUVs, carros esportivos e veículos importados, conforme detalhado:
- Chevrolet Corvette C8 – R$ 1,5 milhão;
- Porsche Cayenne – R$ 1 milhão;
- Cadillac Escalade – R$ 2,4 milhões;
- BMW M340i – R$ 500 mil.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em distribuidoras, escritórios de contabilidade e residências localizadas em Vicente Pires, Ceilândia, Águas Claras, Sudoeste, Taguatinga e Park Way. Durante o cumprimento, também foram encontrados dispositivos para contagem de dinheiro e valores significativos relacionados às investigações.
A PCDF não divulgou os nomes dos investigados, mas fontes da apuração indicam que a empresa Império da Maquiagem (IDM) é o principal foco da ação. A Justiça estabeleceu bloqueio de bens e valores dos empresários, contadores e possíveis laranjas até o limite da dívida tributária, que ultrapassa R$ 18 milhões.
Participaram da operação cerca de 60 agentes da Polícia Civil, incluindo delegados, escrivães e peritos, além de auditores da Receita Federal.
As investigações, que duram aproximadamente seis meses, identificaram uma organização criminosa que opera no setor de cosméticos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro desde 2019. Os envolvidos teriam criado diversas empresas fictícias para praticar a sonegação do ICMS, vendendo maquiagens e perfumes sem o devido recolhimento de impostos.
Além disso, os lucros obtidos ilegalmente eram usados para aquisição de imóveis em nome de terceiros e abertura de novas filiais, expandindo a atividade ilícita.
Esse grupo fraudava as operações abrindo novas empresas continuamente, transferindo dívidas para terceiros e falsificando declarações de mudanças de sede para locais de coworking, reiniciando o esquema de forma reiterada.
Os investigados poderão responder criminalmente por associação criminosa, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsidade ideológica, podendo cumprir pena de até 26 anos de prisão.