18.5 C
Brasília
quinta-feira, 19/06/2025




Carlos Bolsonaro liderou esquema de desinformação e criou grupos secretos, diz PF

Brasília
nuvens dispersas
18.5 ° C
18.5 °
15 °
68 %
2.1kmh
40 %
qui
24 °
sex
26 °
sáb
28 °
dom
29 °
seg
22 °

Em Brasília

CONSTANÇA REZENDE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Segundo o relatório final da investigação sobre a ‘Abin paralela’, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), apontado como parte central do esquema clandestino de espionagem na agência, desempenhou um papel de liderança na estratégia de desinformação e na organização de grupos secretos.

De acordo com a Polícia Federal, Carlos foi um dos principais responsáveis pela criação e manutenção do chamado ‘gabinete do ódio’, utilizado para atacar supostos adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O investigado está no centro das ações ilegais da organização criminosa e, segundo testemunhas, foi o criador da ‘inteligência paralela’, composta por um delegado e três agentes, por não confiar nas estruturas oficiais”, afirma a PF.

O relatório aponta que as informações produzidas pela estrutura paralela foram usadas para atacar opositores políticos, instituições democráticas, especialmente o Poder Judiciário e o sistema eleitoral, e também para promover a agenda do grupo.

A PF destacou ainda que uma das funções da contrainteligência seria proteger a família do núcleo político de investigações oficiais, contando com o apoio de Alexandre Ramagem, então diretor da Abin e atual deputado federal pelo PL, para obter informações sobre investigações em andamento na PF.

A polícia também ressaltou que campanhas de desinformação eram amplificadas pelo núcleo político para obter vantagens eleitorais, desacreditando o sistema eleitoral e atacando adversários.

Carlos Bolsonaro afirmou, reafirmando sua posição, que era responsável junto com Jair Bolsonaro pelas redes sociais deste, plataformas usadas sistematicamente para espalhar desinformação e atacar opositores. Provas envolvendo sua assessora reforçam a participação direta do investigado em campanhas para desacreditar o processo eleitoral”, explica a Polícia Federal.

Carlos foi indiciado pelo crime de organização criminosa armada. A PF decidiu não indiciar Jair Bolsonaro por esse crime, pois já existe processo judicial em andamento relacionado a essa conduta.

No entanto, o ex-presidente foi incluído no núcleo político da organização criminosa responsável pela conduta ilegal atribuída à agência.

Após a divulgação do indiciamento, em sua conta no X, Carlos sugeriu que seria alvo de perseguição: “Alguém duvidava que a PF do governo Lula faria isso comigo? A justificativa vocês já conhecem: eleições em 2026? Acho que não! Deve ser só coincidência!”.




Veja Também