Mais de 600 mulheres do Distrito Federal, atendidas pelo programa Direito Delas da Secretaria de Justiça e Cidadania do DF, participam do projeto Empoderadas no tatame. Esta iniciativa de seis meses combina prevenção, treinamento físico, emocional e social para combater a violência de gênero. O projeto é uma parceria entre a Sejus, o Instituto de Defesa da Mulher Érica Paes (IDMEP) e o Ministério das Mulheres, com apoio da rede de proteção da mulher no DF.
As participantes recebem treinamento em técnicas de segurança preventiva para aprender a reconhecer perigos, reagir a situações de risco e quebrar ciclos de violência. As aulas práticas de defesa pessoal ocorrem duas vezes por semana, complementadas por oficinas de design de sobrancelhas e maquiagem, apoio jurídico e assistência psicossocial, visando fortalecer a independência financeira e emocional das mulheres.
A proposta foi criada por Érica Paes, ex-lutadora de MMA e especialista em segurança feminina. Segundo ela, o foco é a prevenção, ensinando as mulheres a identificarem sinais de perigo para se protegerem antes que a violência ocorra.
Dados do Ligue 180 mostram que em 2024 houve um aumento nos atendimentos por violência contra a mulher no DF, com 23.148 registros, crescimento de 37,1% em relação a 2023. A maioria das vítimas são mulheres negras ou pardas entre 40 e 44 anos, e a violência acontece principalmente dentro de casa.
Histórias que motivam
Elusimar Madeira da Silva, de 50 anos, enfermeira do núcleo do Recanto das Emas, disse que o curso é uma oportunidade para aprender a se proteger e passar esse conhecimento a outras mulheres. Lucília Mourão de Oliveira, 68 anos, também do Recanto das Emas, destacou a importância de saber se defender e ajudar outras mulheres a buscar ajuda.
“Essa ação vai além do combate à violência, representa acolhimento, cuidado e oportunidades reais para que as mulheres se sintam seguras” – Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania
Espaço seguro para as mulheres
Além do treino físico, o projeto promove um ambiente seguro para diálogo, fortalecendo a autoestima e o protagonismo feminino. A secretária Marcela Passamani ressaltou a relevância da iniciativa para oferecer suporte e segurança às participantes.
As aulas também abordam relacionamentos abusivos, sinais de alerta e estratégias para se proteger em locais como elevadores, estacionamentos e transporte público. Técnicas para responder a ataques como puxões de cabelo e tentativas de estrangulamento são ensinadas com foco na autoproteção.
Como fazer parte
Podem participar mulheres a partir dos 12 anos, sem limite de vagas, com prioridade para as atendidas pelo Direito Delas, mas também abertas à comunidade. As inscrições são feitas nos núcleos do programa Direito Delas e da rede de proteção à mulher.
Sobre o programa Direito Delas
Desde o lançamento em novembro de 2023, o programa já realizou 9.586 atendimentos psicossociais individuais e alcançou mais de 4,8 mil mulheres em palestras e rodas de conversa. Opera em 11 núcleos no Distrito Federal, oferecendo acolhimento para mulheres, famílias, crianças vítimas de violência sexual e idosos vulneráveis.
Informações fornecidas pela Agência Brasília.