Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta sexta-feira (3/10), o deputado argentino José Luís Espert explicou a origem da transferência de US$ 200 mil (aproximadamente R$ 1 milhão) para sua conta. Espert, que é um dos líderes do partido A Liberdade Avança, do presidente Javier Milei, foi acusado de ter recebido essa quantia de uma pessoa suspeita de ligação com o tráfico de drogas.
Um extrato bancário do Bank of America, obtido pelo jornal La Nación, mostrou a transferência feita pela empresa associada a Federico “Fred” Machado para o parlamentar. Fred é procurado pela justiça dos Estados Unidos.
Documentos oficiais dos EUA, utilizados como provas em um julgamento ocorrido em 2023 no Texas, revelaram que a parceira de Machado, Debra Mercer-Erwin, foi condenada por diversas acusações relacionadas ao tráfico e lavagem de dinheiro.
De acordo com Espert, o valor foi pago por um serviço de consultoria privada após a sua derrota nas eleições presidenciais de 2019. Ele ressaltou que a operação foi totalmente legal.
“Esse pagamento não foi efetuado diretamente por Machado, mas sim por uma empresa que contratou meus serviços profissionais […] Uma das condições que impus foi que a transferência dos US$ 200 mil fosse realizada por meio de uma instituição bancária nos Estados Unidos, garantindo total transparência, pois as operações bancárias lá são rigorosamente controladas”, explicou o deputado.
Espert detalhou que conheceu Machado como um empresário que admirava suas ideias e que ele foi um dos apoiadores de sua campanha presidencial de 2019. Após a eleição, foi contratado como economista por uma empresa mineradora guatemalteca vinculada a Machado, e os US$ 200 mil corresponderam a um adiantamento desses serviços, depositados em uma conta declarada nos EUA.
O deputado afirmou que só tomou conhecimento das acusações contra Machado em 2021 e atribui a denúncia a uma estratégia de difamação promovida por seu rival político, Juan Grabois, com o objetivo de prejudicar sua reputação.
Ele reforçou que os valores recebidos não guardam relação com sua campanha política ou cargo público, mas referem-se exclusivamente à sua atuação profissional como economista. Espert admitiu que pode ter agido com certa ingenuidade ao se vincular a Federico Machado, mas negou qualquer prática ilegal.
“Posso ter cometido um erro de julgamento, mas jamais um crime”, declarou. O deputado classificou as acusações como uma “campanha difamatória” articulada por adversários com o intuito de desacreditá-lo, ressaltando que, enquanto cidadãos comuns precisam constantemente justificar suas ações, políticos corruptos que exploram recursos públicos há anos não prestam contas.
