Mulheres que venceram o câncer de mama frequentemente enfrentam efeitos colaterais da doença e do tratamento por um longo tempo. Um desses efeitos pouco conhecidos é a fadiga persistente. Um estudo recente trouxe novas informações sobre a relação entre o cansaço constante e o câncer de mama.
Pesquisadores da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, investigaram como sobreviventes de câncer de mama respondem a tarefas físicas e mentais. O estudo focou na influência da fadiga e da inflamação — dois problemas comuns nesse grupo — sobre a qualidade de vida dessas mulheres.
Principais sintomas do câncer de mama
- Aparecimento de um nódulo geralmente duro, irregular e sem dor nas mamas.
- Inchaço na pele que pode parecer casca de laranja.
- Alteração ou retração da pele.
- Dores nas mamas.
- Inversão do mamilo.
- Descamação ou feridas no mamilo.
- Secreção nos mamilos que pode ser transparente, rosada ou avermelhada.
- Linfonodos palpáveis nas axilas.
O estudo acompanhou 46 mulheres divididas em três grupos: um realizou um teste de caminhada ou corrida, outro fez um teste de atenção no computador, e o terceiro assistiu a um vídeo sobre a natureza como controle. Foram coletadas amostras de sangue e relatos de fadiga antes, durante e após os testes.
Publicado na edição de junho da BMC Women’s Health, o estudo utilizou o sistema FACIT-F para medir a fadiga e avaliar seu impacto na vida das pacientes. Também foram analisados marcadores imunológicos relacionados ao estresse e humor, como TGF-β e eotaxina, para melhor entender a conexão entre fadiga e inflamação.
A relação entre fadiga e câncer de mama
Mulheres que apresentavam maior fadiga no início dos testes mostraram aumento dos marcadores inflamatórios após as atividades físicas ou mentais, especialmente TGF-β e eotaxina, mesmo em períodos curtos de esforço. O grupo controle também apresentou aumento inflamatório associado à fadiga pré-existente, o que indica que estímulos leves podem provocar respostas inflamatórias em sobreviventes.
Apesar disso, muitos marcadores de inflamação e níveis de fadiga não sofreram alterações significativas após esforços curtos, sugerindo que a resposta varia entre as pacientes.
Importância do estudo para o acompanhamento clínico
Compreender a fadiga em sobreviventes de câncer de mama é fundamental para prever riscos de recidiva da doença. Ali Weinstein, coordenador da pesquisa, destaca que estudos anteriores indicam uma relação entre inflamação e progressão ou retorno do câncer.
A fadiga influencia negativamente a qualidade de vida diária e pode ter efeitos inflamatórios cumulativos. Por isso, os pesquisadores recomendam estratégias de manejo individualizadas e o monitoramento clínico contínuo da fadiga nas consultas pós-tratamento.
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