A Campus Party foi realizada em Brasília pela primeira vez em 2017, trazendo para a capital federal um dos maiores eventos de tecnologia, inovação, ciência e cultura digital do mundo. A edição brasilienses rapidamente se firmou como um ponto de encontro para estudantes, profissionais, empreendedores, gamers e entusiastas do universo digital.
Este ano, a Arena BRB Mané Garrincha sediou pela primeira vez a edição nacional do evento. A estreia foi marcada por uma programação repleta de palestras, workshops, hackathons e atividades interativas, evidenciando o espírito colaborativo e criativo que caracteriza a Campus Party.
Durante quatro dias intensos de programação, o espaço foi tomado por barracas coloridas, computadores, protótipos, apresentações de startups, painéis sobre inteligência artificial, blockchain, biotecnologia e, principalmente, por muita gente que cria, desenvolve, compartilha, empreende e transforma.
Henrique Marins, 22 anos, estudante de Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Paraná (UFPR), é um participante assíduo do evento e estava presente para competir na Robocore, uma das principais atrações.
“Participamos da competição Robocore. É uma experiência incrível, pois podemos apresentar nosso trabalho e aproveitar as diversas áreas interativas da Campus Party. E o melhor: acampamos aqui mesmo”, conta.
Ana Luiza Rodrigues, 19, estudante de Engenharia de Software na Universidade Católica de Brasília (UCB), líder de caravana e veterana do evento, relata que seu interesse por tecnologia começou ainda na infância.
“Sempre gostei muito de computadores. Inicialmente, sonhava em desenvolver jogos, o que me motivou a entrar no mundo da programação. Com o tempo, me especializei como desenvolvedora web e acabei me apaixonando pela área.”
Para Ana, a Campus Party é essencial para quem quer atuar no setor tecnológico.
“É uma oportunidade única de vivenciar esse universo, com suas inovações e possibilidades. O networking é fundamental — é incrível conhecer pessoas que compartilham interesses e trocar experiências com profissionais e estudantes. Inclusive, consegui meu estágio atual por meio das conexões feitas aqui.”
Érica Souza, 27, estudante de Sistemas de Informação na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), participou do evento pela primeira vez. Ela veio da cidade de Alagoinhas (BA) e chegou antes do início oficial, acampando para aproveitar ao máximo.
Érica decidiu entrar na área de tecnologia ao perceber seu potencial de crescimento e infinitas possibilidades.
“A área de TI se expandiu muito nos últimos anos, abrindo inúmeras oportunidades. Vi nisso a chance de empreender e mergulhar neste mundo dinâmico.”
Para ela, o evento é transformador, oferecendo um ambiente rico em aprendizado não só pelo networking, mas também pelas palestras e atividades.
“Conhecemos pessoas incríveis e assistimos a apresentações sobre as últimas tendências em tecnologia. Foi uma experiência única e muito enriquecedora.”
Engenharia sobre rodas
A engenharia sobre rodas é um campo inovador, que envolve eletrônica, aerodinâmica e design, que também esteve presente no evento.
Mateus Leal, 21, estudante de Engenharia Mecânica na Universidade de Brasília (UnB), apresentou os “carrinhos tipo Fórmula”, veículos desenvolvidos por equipes universitárias para projetos e competições.
“Queremos mostrar toda a engenharia envolvida na construção desses carros, desde o projeto até a montagem final feita por nós, estudantes — uma aplicação prática do que aprendemos na universidade.”
Segundo Mateus, existem dois tipos principais: o Fórmula, para pistas asfaltadas focado em velocidade e aerodinâmica, e o Baja, um veículo mais robusto para terrenos irregulares, cada um com desafios técnicos diferentes.
Exibir esses projetos na Campus Party ajuda a divulgar o trabalho das equipes e a despertar interesse pela engenharia prática e automobilismo estudantil.
“É incrível mostrar para o público o conhecimento, esforço e trabalho em equipe necessários para construir esses carros.”
Ada, a robô humanoide
Não há como passar pela Campus Party sem encontrar Ada, uma simpática robô humanoide da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).
André David, professor da Fiap, explica que o nome homenageia Ada Lovelace, a primeira programadora da história.
“Queríamos homenagear figuras importantes da tecnologia, e Ada representa isso perfeitamente.”
Andre destaca que a robô demonstra o funcionamento de motores, sensores e sistemas precisos de maneira visual e interativa, manipulando objetos com exatidão graças a sensores e atuadores calibrados.
Para o professor, apresentar Ada é uma experiência enriquecedora, despertando curiosidade e engajamento ao mostrar a tecnologia de forma acessível.
Arena de drones
Para os entusiastas, a arena de drones foi um destaque. Carlos Cândido, curador da área, afirma que o evento é uma plataforma fundamental para troca de conhecimentos e experiências na pilotagem de drones.
A arena é dividida em duas partes: uma para pilotagem prática onde os participantes testam suas habilidades, e outra para teoria, com workshops e palestras sobre o uso dos drones em diversos contextos. Isso proporciona uma experiência completa, integrando prática e conhecimento técnico.
Essa combinação oferece uma imersão total e promete estimular o setor de drones no Brasil, revelando oportunidades e estabelecendo conexões importantes para o futuro dessa tecnologia fascinante.