Uma nova campanha no Brasil, lançada no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 3 de dezembro, tem o objetivo de esclarecer sobre o capacitismo, que representa várias formas de preconceito e discriminação contra pessoas com deficiência. O lançamento aconteceu nesta quarta-feira (3), em Brasília, durante a posse dos novos membros do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade).
A campanha, intitulada Discriminação contra Pessoas com Deficiência Tem Nome: Capacitismo!, apresenta vídeos curtos com relatos de pessoas com deficiência sobre experiências de capacitismo. O material foi criado com o apoio da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), que também desenvolveu a cartilha Combata o Capacitismo.
Com informações claras sobre as diferentes formas de discriminação enfrentadas por pessoas com deficiência, o material busca incentivar a participação da sociedade através de grupos e influenciadores. O conteúdo deve ser compartilhado nas redes sociais usando a hashtag oficial #CombataoCapacitismo para ampliar a divulgação.
“É importante explicar para quem não conhece e não convive com pessoas com deficiência, para que possamos combater atitudes que, mesmo que não intencionais, discriminam e violam os direitos humanos dessas pessoas”, destaca a secretária nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Anna Paula Feminella.
Anna Paula Feminella também aponta que o capacitismo é uma prática estrutural, semelhante ao racismo, e que muitas vezes as pessoas com deficiência são invisibilizadas, inclusive nos dados e nos conhecimentos que produzem.
Várias instituições públicas, científicas e do sistema judiciário, como o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão engajadas na campanha. Anna Paula Feminella reforça que o conhecimento é essencial para mudar a cultura política e garantir a participação plena das pessoas com deficiência.
Conade
A campanha foi apresentada na 142ª Reunião Ordinária do Conade, iniciada nesta quarta-feira (3) com a posse dos novos conselheiros eleitos em novembro.
Foram empossados 19 representantes de órgãos governamentais e 19 da sociedade civil, incluindo a reintrodução dos conselhos estaduais e municipais no colegiado.
Anna Paula Feminella afirma que a reconstrução do conselho, criado em 1999 e extinto em abril de 2019, representa mais uma luta para garantir os direitos e a participação social das pessoas com deficiência.
“Este Conselho também enfrentou o capacitismo estrutural intensificado no governo anterior, exemplificado pela declaração de um ex-ministro da educação que afirmou que estudantes com deficiência atrapalham a sala de aula”, lembra. As informações são da Agência Brasil.

