Duas novas opções de camisinhas, uma fina e outra com texturas, começaram a ser distribuídas gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Essa medida quer incentivar o uso de preservativos para ajudar a evitar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como o HIV, hepatites e sífilis. A principal meta é atingir os jovens.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, entre as pessoas com 18 anos ou mais que tiveram relações sexuais no último ano, só 22,8% usaram camisinhas em todas as vezes; 17,1% usaram em algumas, e 59% não usaram nenhuma vez.
As camisinhas podem ser retiradas de graça nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do país, sem precisar apresentar documento. Não há limite para a quantidade que cada pessoa pode pegar. Espera-se distribuir cerca de 400 milhões de preservativos até o fim do ano.
Alexandre Naime Barbosa, professor da Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, destaca que aumentar as opções de preservativos é um avanço importante para a prevenção.
“Quando usado corretamente, o preservativo evita 100% a transmissão do HIV e protege bastante contra outras DSTs. A proteção depende do uso contínuo. Ter mais modelos que possam oferecer mais conforto e prazer ajuda a aumentar o uso, ampliando a prevenção”, explica.
Esses novos modelos têm a mesma eficácia de proteção dos anteriores. O SUS já oferecia camisinhas externas de látex e internas de látex ou borracha nitrílica. Naime comenta que ter várias opções atende melhor às preferências das pessoas. Os preservativos mais finos aumentam a sensibilidade, e os texturizados trazem mais conforto e satisfação para os dois parceiros.
“Isso ajuda principalmente os jovens, que às vezes evitam o uso por acharem que diminui o prazer. Essa estratégia é fundamental e mostra como ações de prevenção podem se adaptar ao jeito das pessoas”, acrescenta.
O Ministério da Saúde reforça que usar preservativo em todas as relações sexuais é o jeito mais seguro de evitar DSTs e gestações não planejadas. Essa ação faz parte da estratégia de Prevenção Combinada, que junta vários métodos para ampliar a proteção. Além do preservativo, contam o uso de medicamentos antes e depois da exposição (PrEP e PEP), diagnóstico e tratamento do HIV e outras DSTs, vacinação e campanhas de saúde sexual e reprodutiva.