A Câmara dos Estados Unidos decidiu finalizar a apuração acerca do primeiro ataque realizado por forças norte-americanas contra embarcações na América Latina, que gerou dúvidas sobre a legitimidade da operação ordenada pelo ex-presidente Donald Trump. A possibilidade de crime de guerra foi levantada, conforme confirmou nesta quarta-feira (10/12) o congressista republicano Mike Rogers.
Rogers, que lidera a Comissão de Serviços Armados da Câmara, afirmou ter obtido todas as informações necessárias sobre o caso, mas não especificou uma data para o encerramento oficial da investigação.
O parlamentar do Partido Republicano esteve entre os que ouviram o depoimento do almirante Frank Bradley, relacionado ao bombardeio ocorrido no Caribe em 2 de setembro.
De acordo com reportagem do jornal The Washington Post, o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, teria ordenado um segundo ataque a uma mesma embarcação já alvejada, com o objetivo de eliminar todos os sobreviventes, o que poderia configurar crime de guerra segundo as normas internacionais.
Inicialmente, o Pentágono negou esses fatos. Contudo, com a repercussão, a Casa Branca confirmou que o navio foi atacado duas vezes e buscou afastar a responsabilidade de Hegseth.
Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, o almirante Bradley não recebeu ordens do segundo ataque. Além disso, a administração norte-americana defendeu a legalidade da ação.
Apesar das justificativas oficiais, tanto a Câmara quanto o Senado dos Estados Unidos iniciaram investigações paralelas sobre o ocorrido.
Até o momento, a gestão Trump comunicou que 23 embarcações foram alvo de bombardeios no Caribe e no Oceano Pacífico. Essas ações fazem parte da operação militar denominada Lança do Sul, cujo propósito declarado é combater cartéis de drogas na região da América Latina.

