Uma sessão solene foi conduzida pela deputada Benedita da Silva na Câmara dos Deputados para honrar a 2ª Marcha das Mulheres Negras, evento que ressaltou a necessidade de uma maior presença feminina negra em posições de liderança para promover uma sociedade mais equitativa.
O tema desta edição foi “Reparação e bem viver”, buscando reivindicar justiça histórica diante das desigualdades e uma vida digna para todos. Durante a sessão no plenário, a deputada Benedita da Silva, primeira mulher negra eleita para a Câmara em 1982 e participante da Constituinte de 1988, conduziu os trabalhos.
A parlamentar Talíria Petrone (Psol-RJ), idealizadora da homenagem, destacou que as mulheres negras são fundamentais na construção do país e ressaltou que o futuro não pode ser pensado sem a presença delas em espaços decisórios.
Ela enfatizou que a participação das mulheres negras é essencial para qualquer reconstrução social e para alcançar o bem-estar geral, ressaltando sua força, ancestralidade, resistência e contribuição cultural, apesar das dificuldades que enfrentam, incluindo baixos rendimentos e violência exacerbada.
A líder da bancada feminina, Jack Rocha (PT-ES), também ressaltou a importância de ampliar a representatividade feminina negra para assegurar direitos e dignidade a toda a população. Para ela, essa marcha simboliza a luta por um novo projeto nacional.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, salientou a urgência de reconhecer e garantir os direitos das mulheres negras como cidadãs plenas, apontando a necessidade de reparar os danos causados pelo racismo estrutural após séculos de escravidão.
A sessão contou ainda com a participação das ministras dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo; da Igualdade Racial, Anielle Franco; e da Mulher, Márcia Lopes, além de representantes de diversos movimentos sociais.
A primeira edição da marcha aconteceu em 2015, reunindo mais de 100 mil mulheres negras em Brasília em uma mobilização contra o racismo, o sexismo e a violência.