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quarta-feira, 17/09/2025

Câmara aprova texto-base da PEC das prerrogativas em 2º turno

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Em Brasília

A Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que determina que o Supremo Tribunal Federal (STF) só poderá processar deputados ou senadores com autorização prévia da Câmara ou do Senado. A votação contou com 344 votos favoráveis e 133 contrários.

A PEC 3/21, conhecida como PEC das Prerrogativas, ainda passará pela análise dos destaques que podem modificar pontos da proposta. No primeiro turno, a aprovação teve 353 votos a favor e 134 contra, com uma abstenção.

Deputado Claudio Cajado (PP-BA), relator da matéria, explicou que parlamentares poderão ser alvo de medidas cautelares pelo STF apenas após a concessão do diploma eleitoral, mesmo que não estejam mais no cargo e que o fato investigado tenha ocorrido durante o mandato.

Claudio Cajado destacou que as prerrogativas não configuram privilégios, mas garantias essenciais para o funcionamento do Legislativo, base do Estado Democrático de Direito. Sem essas garantias, os parlamentares não teriam autonomia para exercer seus mandatos, segundo o relator.

Ele ressaltou que as imunidades previstas na Constituição são fundamentais para que os membros do Congresso atuem com independência, sem medo de perseguições políticas ou intimidações.

Discussão no plenário

Durante o debate, o deputado Bohn Gass (PT-RS) afirmou que não há razão para que o Congresso precise autorizar investigações contra seus membros, ressaltando que imunidade parlamentar não deve ser confundida com impunidade.

Túlio Gadêlha (Rede-PE) classificou a PEC como prejudicial à democracia e sugeriu que o texto poderia ter sido construído de forma mais equilibrada.

Luiz Carlos Hauly (Pode-PR) declarou-se contra privilégios para parlamentares honestos, sustentando que nunca precisou de proteções especiais além das proporcionadas a qualquer cidadão.

Por outro lado, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), vice-líder da oposição, defendeu o equilíbrio entre poderes, questionando a legitimidade de um Parlamento dominante ser pressionado por outras instituições.

General Girão (PL-RN) também apoiou as prerrogativas, ressaltando que a Constituição protege deputados e senadores contra ações por opiniões, palavras e votos.

Carlos Jordy (PL-RJ), vice-líder da Minoria, reconheceu que o texto não é perfeito, mas destacou que protege os parlamentares contra processos criminais abusivos sem avaliação da Câmara.

Controvérsias sobre combate à corrupção

O deputado Kataguiri criticou a proposta por criar possíveis abusos por parte do Parlamento e blindar a corrupção.

A deputada Duda Salabert (PDT-MG) afirmou que a aprovação beneficiaria corruptos e investigados, citando exemplos como o desvio de emendas parlamentares.

Outro ponto abordado foi a extinção do voto secreto em processos de cassação de parlamentares e vetos presidenciais, vigente desde 2013, após polêmica envolvendo o mandato do ex-deputado Natan Donadon, condenado por corrupção.

Mais informações seguem em breve.

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