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sexta-feira, 22/11/2024
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Calorão que castiga o DF afeta a produção de hortaliças

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Massa de ar quente e seca que paira sobre a capital impacta as pessoas e também a agricultura. Pouca água e altas temperaturas podem reduzir produção e aumentar preço de itens alimentícios. Previsão é de mais calor no fim de semana, que terá máxima de 35ºC

(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O calor tem castigado o Distrito Federal, devido a uma massa de ar quente e seca sobre a região. As temperaturas elevadas têm feito com que o brasiliense busque formas de se refrescar e reduzir sintomas típicos do período. Mas não são só as pessoas que sofrem com a alta no termômetro e baixa umidade relativa do ar — a produção de alimentos também é afetada pelo clima.

De acordo com Marcos Franco, gerente de Controle e Estudo de Mercado das Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa/DF), as hortaliças folhosas são as mais impactadas durante a seca. Sob estas condições, a produção começa a ser reduzida e o preço aumenta.

“A couve-flor, por exemplo, é um produto mais suscetível ao excesso de calor e incidência solar mais direta. A gente percebeu, nessa feira de hoje (ontem), o preço um pouco mais alto, uns 10%. A alface também é um produto bem sensível ao calor excessivo. A tendência é cair a qualidade do produto e o preço aumentar”, avalia o agrônomo.

Outra hortaliça que sente bastante as alterações climáticas é o morango. Helena Alves Pereira, 73 anos, é produtora rural há 40 anos em Brazlândia. De acordo com ela, com o calor excessivo, a fruta não se desenvolve da mesma maneira.“Assim como a gente se sente mal com esse calor, as plantas também sentem. O morango nem cresce, ele amadurece antes de crescer porque não gosta muito de calor, gosta mais do tempo mais fresco”, explica. A produtora, que mora desde os 12 anos no DF, ressalta que nunca sentiu tanto calor na região. “Eu moro em chácara, tenho um rego d’água que passa na porta de casa, tenho muita árvore e, ainda assim, o calor está insuportável”, completa.

Mais calor

E vai piorar, antes das chuvas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fim de semana deve continuar quente e seco, com temperatura mínima de 17°C durante a madrugada e máxima em 35°C. A umidade relativa do ar varia entre 15% e 60%. O céu será claro; sol acompanhado com poucas nuvens, tanto no sábado quanto no domingo. Hoje, a temperatura varia de 18°C a 33°C, e a umidade fica entre 10% e 60%.

Para a semana seguinte, no entanto, há a tendência de queda nos termômetros e aumento da umidade. A partir de 10 de outubro é possível que chova, amenizando o calor.

Saúde

Dor de cabeça, moleza, náuseas e pressão baixa. Estes são alguns dos sintomas que o corpo desenvolve quando começa a desidratar. “Nesse período de seca, a gente perde mais líquido para o ambiente. Com isso, aumenta a chance de desidratação. Ela pode ocorrer pela temperatura elevada, pelo tempo seco e pela baixa ingestão de líquidos”, argumenta o médico nefrologista Rafael Bagustti, da Clínica de Doenças Renais de Brasília.

O especialista recomenda o consumo de 3 litros de água, para uma pessoa com cerca de 60kg. Além dos sintomas, a coloração da urina pode ser um bom indicador de falta de água no organismo. Quando concentrada, é um indicador de que a hidratação está inadequada, o que pode provocar insuficiência renal e pedra nos rins.

 

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