As datas para reposição das aulas no Distrito Federal foram estabelecidas nesta quinta-feira (26/6), após encontro entre a Secretaria de Educação e o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF).
O calendário prevê que as reposições aconteçam durante os dias de semana em julho, liberando os sábados, exceto no dia 5 de julho, que será usado para essa finalidade.
Os dias 7 e 8 de julho também poderão ser aproveitados para reposição. Contudo, as escolas que já usaram essas datas para outras finalidades deverão compensar nos sábados 12 e 19 de julho, garantindo a reposição dos 16 dias letivos no primeiro semestre.
O recesso dos servidores que participaram da greve foi alterado para o período de 28 de julho a 3 de agosto, enquanto o semestre letivo inicia em 4 de agosto para toda a rede. Os cinco dias de recesso serão compensados no segundo semestre, sendo três dias no terceiro bimestre e dois dias no quarto bimestre, com datas escolhidas pelas próprias escolas.
O restante do calendário escolar permanece inalterado, com término previsto para 19 de dezembro.
Acordo e negociação
Após votação apertada em assembleia, a categoria dos professores decidiu encerrar a greve. Na proposta do Governo do Distrito Federal (GDF), está prevista nomeação de pelo menos 3 mil aprovados em concursos da Secretaria de Educação até dezembro deste ano. Atualmente, segundo os docentes, há 15 mil educadores temporários e 9.420 efetivos na rede pública.
Além disso, o Executivo comprometeu-se a dobrar as gratificações por titulação de pós-graduação e a não descontar os dias da greve – diferente do que havia sido anunciado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).
Os novos percentuais — 10% para especialização, 20% para mestrado e 30% para doutorado — entrarão em vigor em janeiro de 2026.
Manifestação e descontentamento
A assembleia que definiu o fim da greve dos professores do Distrito Federal terminou com protestos na manhã de quarta-feira (25/6). Parte dos educadores que defendia a continuidade do movimento questionou o resultado da votação.
Os manifestantes exprimiram sua insatisfação com a direção do Sinpro-DF, gritando expressões como “Vergonha! Vergonha! Sinpro sem ética!”. Eles também chamaram os líderes sindicais de “corruptos” e “traidores”.
Compromisso do governo
- Envio de projeto de lei à Câmara Legislativa do Distrito Federal para progressão horizontal dos servidores e dobrar os percentuais de gratificação a partir de janeiro de 2026;
- Nomeação de ao menos 3 mil profissionais até dezembro;
- Prorrogação do concurso vigente até 27 de julho;
- Realização de novo concurso para magistério no primeiro semestre de 2026;
- Pagamento integral dos dias descontados pela greve, em folha suplementar;
- Recomposição do calendário escolar no primeiro semestre e recesso na primeira semana de agosto;
- Criação de mesa permanente de negociação para reestruturação de carreira;
- Emissão de atestado de acompanhamento para professores temporários.
Ibaneis Rocha comentou a decisão: “[Esse] foi um processo de negociação intenso iniciado por mim. Ficamos satisfeitos com a compreensão dos professores para que possamos voltar a oferecer o serviço que a comunidade espera”.
O acordo será homologado nesta quarta-feira no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), em reunião com representantes do Sinpro-DF e do Governo do Distrito Federal.