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sexta-feira, 12/12/2025

Butantan cria nome simples para vírus da dengue

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Uma pesquisa feita pelo Instituto Butantan junto com outras 23 instituições criou uma nova forma de nomear as variações do vírus da dengue. Desde setembro de 2024, essa nova nomenclatura já está em uso por instituições como a Universidade Yale, nos Estados Unidos, a Universidade Oxford, no Reino Unido, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, no Brasil.

De acordo com Alex Ranieri, especialista do Instituto Butantan, essa nova forma de nomear os vírus não precisa ser aprovada formalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois foi desenvolvida em consenso entre várias instituições nacionais e internacionais. Espera-se que a OMS e redes regionais de saúde passem a utilizar essa nomenclatura como padrão.

O objetivo principal dessa mudança é facilitar o monitoramento de possíveis mutações do vírus e melhorar a comunicação entre laboratórios e autoridades de saúde. Isso permite um acompanhamento mais eficiente das novas variações que podem representar risco para a saúde pública.

A pesquisa foi publicada na revista científica PLOS Biology e apresenta um sistema mais detalhado para classificar as diferentes variações do vírus da dengue. Atualmente, o vírus possui quatro tipos principais, chamados sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), e dentro deles existem 17 variações genéticas chamadas genótipos. O novo sistema adiciona dois níveis de classificação: linhagens maiores e linhagens menores, usando números romanos, letras e números para identificar cada variação.

Como funciona a nova nomenclatura

Por exemplo, a designação DENV-3III_C.2 significa o vírus da dengue do tipo 3, genótipo III, linhagem maior C e linhagem menor 2. Alex Ranieri explica que uma linhagem pode estar limitada a uma região específica, diferente do genótipo que pode ser encontrado em vários continentes. Esse detalhamento ajuda a detectar rotas de introdução do vírus em novas regiões e permite respostas rápidas das autoridades de saúde.

A nova nomenclatura também pode ajudar no desenvolvimento e aprimoramento das vacinas contra a dengue. Por identificar mutações específicas, é possível detectar variações do vírus que podem escapar da proteção das vacinas atuais e ajustar futuras formulações de maneira mais precisa.

Em 2024, foram registrados mais de 13 milhões de casos de dengue em países onde os quatro tipos do vírus circulam. O Brasil liderou o número de casos, com 10,2 milhões, seguido pela Argentina, México, Colômbia e Paraguai, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que afeta mais de 100 milhões de pessoas anualmente no mundo, especialmente em países tropicais como o Brasil.

Informações fornecidas pela Agência Brasil.

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