SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O BTG anunciou nesta segunda-feira (13) uma proposta para incorporar completamente o Banco Pan. A ideia é usar as ações do próprio BTG para transformar o banco digital em uma subsidiária, retirando-o da bolsa de valores.
A proposta sugere a troca de cada ação preferencial do Banco Pan por 0,2128 “units” do BTG, que incluem uma ação ordinária e duas ações preferenciais de classe A, o que representa um prêmio superior a 30% em relação ao preço atual da ação do Pan.
Atualmente, o BTG é o controlador do Banco Pan e pretende adquirir todas as ações em circulação. Os acionistas minoritários terão a opção de venda dos papéis caso não concordem com a operação.
Para que a operação avance, é necessária a aprovação dos acionistas de ambas as empresas em assembleias que devem ocorrer em até quatro semanas, além do aval do Banco Central. O BTG espera finalizar o processo ainda em 2025.
De acordo com o conglomerado financeiro, a incorporação facilitará a estrutura do banco, reduzirá custos duplicados e integrará os produtos das duas instituições.
“A operação visa consolidar, em uma só instituição financeira listada, uma ampla variedade de produtos para diferentes tipos de clientes, proporcionando diversificação de portfólio, ganhos de escala e eficiência, trazendo benefícios significativos para as companhias e seus acionistas”, explicou o BTG.
O Banco Pan, anteriormente chamado Banco PanAmericano, foi controlado pelo Grupo **Sílvio Santos**. Em 2009, 35% do capital do banco foi vendido para a Caixa Econômica Federal por R$ 739,3 milhões, com aprovação do Banco Central em 2010.
Pouco tempo depois, o Banco Central descobriu uma fraude de cerca de R$ 2,5 bilhões na época, que depois foi revisada para R$ 4,3 bilhões, relacionada às carteiras de crédito do banco.
Essa descoberta levou a uma investigação interna e o Grupo **Sílvio Santos**, então controlador do banco, recebeu um empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para auxiliar no pagamento da fraude.
Em janeiro de 2011, **Sílvio Santos** vendeu sua participação no banco ao BTG Pactual, que passou a ser sócio da Caixa no negócio. Em 2021, a Caixa vendeu sua participação ao banco privado.
Esta incorporação marca a segunda retirada de empresa da bolsa anunciada nesta segunda-feira, após a Gol ter convocado assembleia para se tornar uma empresa fechada.