Um incidente envolvendo três adolescentes de 16 anos e os respectivos pais foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia da Asa Sul, que investiga o caso como agressão e ameaça. A confusão aconteceu em uma escola da Asa Sul e teria se iniciado após a suspeita de furto de um celular dentro do estabelecimento.
Policiais militares que faziam patrulhamento na área notaram uma aglomeração e intervieram para controlar a situação. Conforme o boletim de ocorrência, um dos estudantes relatou ter perdido ou ter tido o celular furtado, o que motivou o pai do jovem, ao ser informado que outro aluno possuía o aparelho, a ir até a escola para esclarecer os fatos.
Não encontrando o aluno referido, o pai dirigiu-se a outro estudante e desferiu uma cabeçada no nariz do jovem, além de ameaçá-lo. A mãe do estudante agredido relatou que seu filho teve sangramento e precisou ser levado ao hospital. O agressor foi então conduzido à 1ª DP.
Em vídeo registrado, um parente de um dos envolvidos encurrala um adolescente durante a discussão e o confronta, questionando o seu silêncio diante do ocorrido. Em outra filmagem, estudantes parecem avançar contra os policiais, que reagem para conter a confusão, incluindo o uso de spray de pimenta.
Na delegacia, o homem negou ter ameaçado ou agredido o menor, alegando que seu filho esqueceu o celular sobre um bebedouro da escola e que outro aluno teria pego o aparelho. Ele afirmou ainda ter informado a direção da escola, sem que medidas fossem tomadas. Segundo ele, foi intimidado por um dos adolescentes, que mencionou que a mãe dele estaria ligada a uma facção, e ao ser provocado teria apenas tocado o rosto do jovem.
A mãe do adolescente agredido confirmou que seu filho relatou ter sido agredido e ameaçado pelo pai de outro aluno, que teria dito que iria pegar a família do garoto.
Um primo de 21 anos de um dos estudantes também prestou depoimento, declarando que um homem de 33 anos acusou os jovens do furto e fez ameaças, incluindo vigilância na entrada e saída da escola, além de ter sido responsável pela agressão com a cabeçada.
O advogado de defesa da mãe do aluno agredido informou que a polícia já estava no local quando ela chegou, mas que houve excesso no uso da força, com agressões verbais e ameaças por parte dos policiais, incluindo o uso de armas e spray de pimenta contra os estudantes. Segundo a defesa, o agressor inicialmente confessou o ataque e pediu desculpas, mas depois mudou sua versão na delegacia, apesar das evidências em vídeo e testemunhos. O jovem agredido foi submetido a exame no IML que confirmou as lesões.
A defesa reclama que os adolescentes esperavam proteção policial, mas que houve truculência por parte dos agentes, que aparentemente agiram para proteger os adultos envolvidos, contrariando o dever do Estado de proteger e educar os jovens.
A Polícia Militar do Distrito Federal informou que uma equipe do Centro de Ensino Médio Setor Leste presenciou o tumulto em frente à escola, com um grupo exaltado e alunos acusando um pai de agredir um colega. Durante o conflito, foram feitas ofensas e ameaças mútuas. O homem que foi acusado afirmou que buscava recuperar o celular do seu filho, supostamente furtado no dia anterior, e diante da situação acirrada, alguns estudantes adotaram comportamento agressivo, inclusive contra os policiais.
Por conta da escalada, foi solicitado reforço policial e os agentes usaram a força necessária para controlar os alunos agressivos. Todos os envolvidos foram contidos e levados à Delegacia da Criança e do Adolescente (DPCA) e depois à 1ª DP.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que está apurando o ocorrido e permanece disponível para prestar esclarecimentos.