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sábado, 27/09/2025

Brics anuncia posição contra tarifas e ocupação em Gaza

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Ministros dos países integrantes do grupo Brics divulgaram um comunicado na sexta-feira (26/9), no qual expressam críticas às práticas protecionistas, destacando o crescimento “indiscriminado” de tarifas e outras barreiras comerciais. Embora mencionem conflitos de interesse do grupo com os Estados Unidos, o documento não faz referência direta ao país.

O encontro ministerial ocorreu em Nova York, durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O comunicado deixa clara a apreensão dos ministros quanto a um possível declínio no comércio global.

“Os ministros mostraram preocupação com a propagação de medidas restritivas ao comércio, incluindo o aumento indiscriminado de tarifas e barreiras não tarifárias, além de ações protecionistas usadas como forma de pressão, que ameaçam reduzir ainda mais o comércio mundial e prejudicar as cadeias globais de suprimento”, afirmam os membros.

Embora não nomeie os Estados Unidos diretamente, sabe-se que o governo do presidente Donald Trump implementou políticas tarifárias que impactaram parceiros comerciais, especialmente países do Sul Global como Brasil, Índia e China. Esta última, entretanto, iniciou negociações com os EUA. “Os ministros alertaram contra essas práticas, que podem fragmentar o comércio global e marginalizar as nações do Sul Global”, destaca o documento.

Brics e a política de Trump

O multilateralismo, principal bandeira do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é ressaltado no texto. Os ministros defendem um “sistema internacional e multilateral mais justo, equitativo, ágil, eficaz, eficiente, responsivo, representativo, legítimo, democrático e responsável, baseado em ampla consulta”. Essa defesa contrasta com o discurso de Trump na abertura da conferência da ONU.

“Se a Rússia não conseguir um acordo para financiar a guerra, os Estados Unidos estão preparados para tomar medidas. Temos uma rodada forte de tarifas que podem acabar com esse conflito rapidamente”, afirmou Trump, indicando controle para resolver o confronto entre russos e ucranianos.

Compromisso com a emergência climática

Outro ponto que diverge do presidente americano é a emergência climática. O grupo se compromete a apoiar a Conferência das Partes (COP30), marcada para Belém em novembro, ao passo que Trump nega o aquecimento global e seus efeitos relacionados à emissão de gases do efeito estufa, defendendo o uso de combustíveis fósseis.

Os ministros também expressaram firme desaprovação à ocupação do território palestino por Israel. “Condenamos todas as tentativas de deslocar o povo palestino dos seus territórios ocupados, seja qual for o motivo ou circunstância”, afirmam.

Por fim, o comunicado celebra a expansão do número de integrantes do Brics e reafirma o compromisso de ampliar a cooperação entre os membros para atingir objetivos comuns e fortalecer a parceria no grupo.

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