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domingo, 24/08/2025

brb rejeita 33 bi em cdbs do banco master com retorno alto

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O BRB (Banco de Brasília) decidiu não aceitar uma dívida de R$ 33 bilhões em CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) do Banco Master, que oferece um retorno muito acima do mercado, cerca de 120% do CDI.

Essa dívida faz parte dos passivos do Banco Master que ficarão fora da compra de 58,04% das ações da instituição financeira pelo BRB.

Do lado dos ativos, foram excluídos principalmente investimentos em fundos, empréstimos e precatórios.

Na última sexta-feira (22), o BRB divulgou que, após uma auditoria das finanças do Banco Master, liderado pelo banqueiro Daniel Vorcaro, R$ 51,2 bilhões em ativos e o mesmo valor em passivos foram retirados do negócio.

Este grupo de ativos e passivos considerados de baixa qualidade é chamado de “banco ruim”, enquanto a parte adquirida pelo BRB é conhecida como “banco bom”.

Portanto, o BRB comprará uma fatia da instituição avaliada em R$ 24 bilhões.

Quanto ao passivo, a maior parte dessa dívida – R$ 33 bilhões – está ligada aos CDBs com alta rentabilidade que o Banco Master ofereceu a investidores através de plataformas de investimentos.

Parte desta dívida pode ser coberta pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que protege investimentos até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, caso a instituição financeira não consiga honrar os pagamentos.

Além dos CDBs, também foram excluídos os depósitos feitos entre as empresas do grupo Master.

Nos ativos, foram removidos: R$ 19,48 bilhões em fundos de direitos creditórios, R$ 9,43 bilhões em precatórios, R$ 7,59 bilhões em empréstimos sem garantias sólidas, R$ 2,47 bilhões em certificados imobiliários e R$ 12,28 bilhões em outros créditos, incluindo pendências judiciais e créditos sem avaliação clara. Também foram excluídos R$ 601,9 milhões em patrimônio líquido relacionados a questões tributárias e trabalhistas.

A negociação da compra de 58,04% do Banco Master já recebeu aprovação do Cade, mas ainda precisa ser avaliada pelo Banco Central.

No dia 20, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sancionou uma lei que permite ao BRB comprar 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master. Se aprovado, Daniel Vorcaro perderá o controle da instituição.

O BRB e o governo do DF buscavam finalizar a compra sem aprovação do Legislativo, mas o Tribunal de Justiça do Distrito Federal bloqueou a transação até que a Câmara Legislativa e os acionistas do banco estatal autorizem.

Foi revelado que Daniel Vorcaro está negociando uma nova linha de crédito com o FGC, que pode variar entre R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões, para cobrir o pagamento dos CDBs.

Em maio, o FGC já liberou uma linha de crédito de R$ 4 bilhões para garantir os pagamentos dos CDBs do Banco Master. Para isso, Vorcaro ofereceu bens pessoais como garantia, um pedido dos grandes bancos devido ao alto risco das operações feitas pelo dono do banco.

A estratégia do Banco Master era vender CDBs com altos retornos, usando a proteção do FGC como atrativo para os investidores.

Em julho, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo para investigar os dirigentes do banco, principalmente sobre as demonstrações financeiras de 2024 e sobre assembleias gerais convocadas fora do prazo legal.

O processo é do tipo sancionador, indicando que já existem acusações formais contra os investigados, incluindo todos os diretores e membros do conselho de administração do Banco Master.

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