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sexta-feira, 12/09/2025

BRB estuda comprar partes menores do Master

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Em Brasília

ADRIANA FERNANDES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
– O Banco de Brasília (BRB) está considerando formar parcerias e adquirir ativos menores do Master, depois que o Banco Central (BC) rejeitou a compra da empresa controlada por Daniel Vorcaro. No momento, o banco não planeja fazer uma nova proposta para comprar a empresa inteira, mesmo que a proposta envolva um alcance menor.

Recentemente, Vorcaro se encontrou com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, junto com outros diretores do BC, para discutir a situação do banco. No mesmo dia, diretores do BC conversaram com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, por videoconferência.

A assessoria do BRB optou por não comentar o assunto, e o Master não respondeu aos pedidos de informações.

O principal interesse do BRB atualmente é expandir suas operações no crédito consignado, segundo fontes próximas ao tema. O banco pode comprar carteiras já auditadas desse tipo de crédito, uma ação que não necessita da aprovação do Banco Central, pois não envolve a compra de uma instituição financeira.

Além disso, o BRB avalia novas parcerias nas áreas digital e em operações estruturadas de câmbio voltadas para comércio exterior.

Esses negócios estavam dentro da estratégia maior de adquirir o Master, com o objetivo de crescer nessas áreas.

A área digital do Master é ligada ao Will Bank, que faz parte do grupo Master e tem forte presença no Nordeste. O BRB vê essa plataforma como uma tecnologia promissora com uma equipe jovem, que pode ajudar o banco a ganhar experiência e ampliar sua oferta de serviços digitais.

Embora o BRB acredite que ainda seja viável comprar o chamado “banco bom” — a parte dos ativos do Master que seria adquirida se a operação fosse aprovada — fontes internas do BRB consideram improvável que uma nova proposta menor seja apresentada.

Com os novos negócios, Vorcaro poderia injetar recursos no Master e ajudar a pagar dívidas elevadas com Certificados de Depósito Bancário (CDBs), títulos vendidos com alta remuneração a investidores. Aplicações até R$ 250 mil contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O FGC já liberou uma linha emergencial de R$ 4 bilhões ao Master em maio. Vorcaro tenta obter até R$ 15 bilhões para garantir liquidez e pagar os CDBs que estão vencendo, mas enfrenta dificuldades. O banco parou de emitir novos CDBs, o que limita sua captação de recursos.

Além disso, Vorcaro vendeu ativos pessoais e buscava acordos para reforçar a liquidez do banco quando a compra pelo BRB foi negada. Um desses negócios é a venda da seguradora Kovr.

Fontes do mercado bancário acreditam que o veto do BC sinaliza que o regulador não aceitará a compra do Master por outro banco devido ao risco de assumir dívidas desconhecidas, o que pode afetar negativamente a saúde financeira do comprador.

SEM BALANÇO

Investidores que fazem grandes aportes ao FGC cobram a divulgação do balanço financeiro do Master para entender o tamanho das dívidas e outros passivos. O último balanço disponível é de abril de 2024, mostrando lucro de R$ 1 bilhão. A demora na divulgação do novo balanço gera desconfiança sobre possíveis dificuldades em obter auditoria externa favorável.

Para obter a aprovação do BC, o BRB reduziu o tamanho da compra a aproximadamente um terço do valor inicialmente previsto, chegando a R$ 24 bilhões, enquanto os ativos restantes do Master somam cerca de R$ 51,2 bilhões.

Apesar da redução, o Banco Central não aprovou a operação, citando riscos de sucessão, incertezas na avaliação dos ativos e questões formais sobre a auditoria e instruções do pedido.

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