Mais de 53 milhões de pessoas e empresas no Brasil têm juntos mais de R$ 10,4 bilhões esquecidos em bancos e outras instituições financeiras, segundo dados do Banco Central divulgados em fevereiro de 2025. Desse total, cerca de R$ 8,08 bilhões pertencem a quase 48,4 milhões de pessoas físicas, enquanto aproximadamente R$ 2,37 bilhões estão associados a 4,56 milhões de empresas.
Esses valores podem ser consultados e retirados exclusivamente pelo site oficial do Banco Central, que exige um cadastro com segurança reforçada, incluindo verificação em duas etapas pelo sistema do Governo Federal.
Não existe prazo para sacar esse dinheiro, que continua guardado até que o titular faça o pedido de resgate. Em 2024, embora o Congresso tenha autorizado a transferência desses valores ao Tesouro Nacional, o Ministério da Fazenda informou que o procedimento ainda não foi iniciado.
Somente em agosto de 2025, foram resgatados R$ 396,7 milhões. Desde o começo do sistema, em fevereiro de 2022, mais de R$ 11,74 bilhões já foram devolvidos, beneficiando 30,3 milhões de pessoas e 3,2 milhões de empresas.
Valores pequenos
A maioria dos beneficiários tem direito a quantias pequenas. Segundo o Banco Central, 64% das pessoas têm valores inferiores a R$ 10, enquanto apenas 1,8% possuem montantes superiores a R$ 1.000.
Os recursos estão distribuídos principalmente em bancos, com R$ 5,9 bilhões; administradoras de consórcio, com R$ 3,1 bilhões; e cooperativas de crédito, com R$ 864 milhões. Existem também valores em instituições de pagamento, financeiras, corretoras e distribuidoras.
As origens mais comuns desses recursos são contas correntes e poupanças encerradas, cobranças indevidas, cotas de cooperativas, saldos de consórcios finalizados e contas de pagamento com saldo restante.
Resgate seguro e gratuito
O Banco Central reforça que o processo de consulta e retirada dos valores é totalmente gratuito e deve ser feito exclusivamente pelo site oficial do sistema Valores a Receber.
Quem tem a chave Pix cadastrada pode receber a devolução diretamente em até 12 dias úteis. As pessoas sem Pix precisam entrar em contato com a instituição financeira indicada para combinar como será feito o pagamento.
No início de 2025, o Banco Central lançou a opção de fazer pedidos automáticos de resgate, facilitando o processo para quem não quer consultar o site várias vezes.
Cuidado com golpes
O Banco Central alerta para o risco de golpes de pessoas que oferecem ajudar a resgatar esses valores, cobrando por isso ou tentando roubar dados pessoais. Todo o serviço é gratuito e o Banco Central não envia mensagens ou ligações com links ou pedidos de informações.
Apenas as instituições financeiras que aparecem na consulta podem entrar em contato com os titulares. Nunca forneça senhas ou informações pessoais a terceiros.