Em junho deste ano, os brasileiros retiraram R$ 318,37 milhões que estavam esquecidos em bancos e outras instituições financeiras, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) em Brasília. Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu um total de R$ 11 bilhões, mas ainda restam R$ 10,6 bilhões disponíveis para serem sacados.
O SVR é um serviço gratuito do Banco Central onde qualquer pessoa, empresa ou entidade falecida pode consultar se tem dinheiro esquecido em bancos, consórcios ou outras instituições financeiras.
Para consultar, basta informar o CPF e a data de nascimento, ou o CNPJ e data de abertura da empresa, não sendo necessário fazer login.
Para resgatar o dinheiro, é necessário ter uma conta no Gov.Br nos níveis prata ou ouro, com a verificação em duas etapas ativada.
O dinheiro pode ser sacado de duas formas: 1) entrando em contato direto com a instituição financeira responsável, ou 2) solicitando pelo próprio Sistema de Valores a Receber. Em maio, o Banco Central lançou uma função que permite a solicitação automática do resgate, evitando que o cidadão precise consultar o sistema periodicamente ou pedir manualmente cada valor.
Se houver valores disponíveis, o crédito é feito diretamente na conta do cidadão. Esse serviço automático é exclusivo para pessoas físicas que possuem chave Pix do tipo CPF, e sua adesão é opcional.
Tipos de recursos recuperáveis pelo SVR
- Dinheiro em contas-correntes ou poupanças encerradas;
- Cotas de capital e sobras líquidas de cooperativas de crédito;
- Valores de grupos de consórcio encerrados;
- Tarifas cobradas indevidamente;
- Parcelas ou despesas de crédito cobradas erradamente;
- Contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas;
- Contas mantidas por corretoras encerradas;
- Outros recursos disponíveis para devolução.
Quem pode receber
Os dados do SVR são atualizados mensalmente pelo Banco Central, com informações de várias fontes.
Até o fim de junho, mais de 31 milhões de correntistas já sacaram valores, sendo cerca de 28,9 milhões pessoas físicas e quase 3 milhões pessoas jurídicas.
Porém, mais de 52 milhões de beneficiários ainda não retiraram seus recursos, incluindo mais de 48 milhões de pessoas físicas e 4,4 milhões de empresas.
A maioria dos valores não sacados são pequenos: 64,59% dos beneficiários têm direito a valores até R$ 10; 23,97% entre R$ 10,01 e R$ 100; 9,67% entre R$ 100,01 e R$ 1.000; e somente 1,76% possuem valores acima de R$ 1.000.
Aviso sobre golpes
O Banco Central alerta que não há cobrança para o serviço e que não envia mensagens, links ou faz contato para tratar de valores esquecidos. Apenas a instituição financeira informada na consulta pode entrar em contato.
É importante não fornecer senhas ou dados pessoais a terceiros, pois ninguém está autorizado a pedir essas informações.
Informações fornecidas pela Agência Brasil.