BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
As autoridades brasileiras que estão visitando Israel e ainda permanecem no país deverão sair até a próxima quinta-feira (19), conforme informou o senador Carlos Viana (Podemos-MG). Ele preside o grupo parlamentar Brasil-Israel e está acompanhando a retirada dos brasileiros devido à escalada do conflito com o Irã.
O senador declarou que a saída acontecerá nos próximos três dias, com cerca de 27 autoridades e assessores ainda no território israelense.
Um grupo inicial de 12 pessoas, entre elas dois prefeitos de capitais brasileiras, partiu por terra na segunda-feira (16), passando pela Jordânia até chegar à Arábia Saudita.
Essa operação contou com o apoio do Ministério das Relações Exteriores e das embaixadas brasileiras em Amã (Jordânia), Tel Aviv (Israel) e Riad (Arábia Saudita).
Porém, o Itamaraty ressaltou que os prefeitos e políticos brasileiros ignoraram a recomendação oficial para não visitarem o país, sobretudo depois que Israel atacou o Irã na última sexta-feira (13), o que gerou uma sequência de reações militares.
“Em junho, duas delegações formadas por autoridades brasileiras viajaram a Israel a convite do governo israelense, mesmo com o alerta consular da Embaixada do Brasil em Tel Aviv”, esclareceu o órgão em comunicado.
Além disso, o Itamaraty informou que o conselho para evitar viagens não essenciais à região está em vigor desde 2023, e os brasileiros que já estavam em Israel foram orientados a considerar deixar o país.
O grupo de autoridades foi convidado para participar da MuniExpo Israel 2025, uma feira internacional de tecnologia.
Segundo a coluna Mônica Bergamo, nove pessoas que saíram de Israel retornaram ao Brasil por meio de um voo particular: Cícero Lucena (prefeito de João Pessoa), Álvaro Damião (prefeito de Belo Horizonte), Márcio Lobato (secretário de Segurança de Belo Horizonte), Francisco Nélio (tesoureiro da Confederação Nacional de Municípios), Welberth Porto (prefeito de Macaé), Claudia da Silva (vice-prefeita de Goiânia), Janete Aparecida (vice-prefeita de Divinópolis), Johnny Maycon (prefeito de Nova Friburgo) e Francisco Vagner (secretário de Planejamento de Natal).
Funcionários do Itamaraty informaram que o governo ainda avalia o processo de retirada dos civis do território israelense. A embaixada do Brasil em Tel Aviv está encarregada de manter contato e prestar auxílio aos brasileiros no local.
Para as outras 27 autoridades convidadas que permanecem em Israel, a saída proposta pelo governo israelense consiste em deslocamento terrestre até a Jordânia, de onde, conforme disponibilidade, poderão embarcar em voos comerciais jordanianos para retornar ao Brasil.
Na segunda-feira, a embaixada brasileira tomou conhecimento de tentativas de golpes realizados por criminosos que oferecendo vagas em voos para sair de Israel, através de mensagens por aplicativo.
O Itamaraty reforçou que o espaço aéreo israelense segue fechado, sem previsão de reabertura.
A embaixada do Brasil em Tel Aviv orienta todos os brasileiros no país a seguir rigorosamente as instruções do “Home Front Command” israelense, permanecendo próximos a abrigos protegidos e dirigindo-se imediatamente a eles quando houver sirenes ou alertas.
Ademais, recomenda-se que os brasileiros acompanhem a página da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, especialmente a seção de “Alerta Consular”, que é atualizada conforme novos eventos.