Pesquisa realizada pela startup de serviços financeiros mostra que brasileiro segue em busca de financiamento mesmo com juros e inflação altos
O ano de 2022 foi bastante desafiador para as contas do brasileiro, que viu seu poder de compra ser corroído pela alta da inflação enquanto os empréstimos ficavam mais caros com o disparada da taxa de juros. O resultado foi um salto na inadimplência.
A taxa de inadimplência ficou em 4,3% em novembro, o patamar mais elevado desde junho de 2018, quando era de 4,4%. Segundo dados do Banco Central divulgados na última terça-feira, 27, o indicador cresceu 0,1 ponto percentual em relação a outubro deste ano, quando era de 4,2%.
Porém, mesmo com o aumento dos desafios, o brasileiro segue vendo o crédito como um aliado. A Creditas, fintech de soluções financeiras, divulgou os resultados de uma pesquisa realizada em julho com mais de 1.500 brasileiros sobre sua relação com o crédito. O resultado foi que metade (47%) dos respondentes pretendem pegar algum crédito futuramente, sendo em sua maioria (63%) em até 12 meses.
Para Maria Teresa Fornea, vice-presidente da unidade home da Creditas, o resultado da pesquisa inspira cautela, em especial considerando que o brasileiro ainda não tem uma relação saudável com o crédito.
“O aumento de renda das famílias não foi proporcional ao cenário macroeconômico e houve um estrangulamento da renda. A busca por crédito com esse ambiente traz uma preocupação porque o principal ponto que ainda falta ser desenvolvido no Brasil é a educação financeira. O crédito não necessariamente é ruim, ele pode vir para fomentar”, afirma Fornea.
Entre os exemplos, 52% dos respondentes da pesquisa dizem já ter se endividado por mau uso do cartão de crédito ou do cheque especial
O objetivo da Creditas diante desse cenário é capturar a demanda por crédito oferecendo empréstimos “de melhor qualidade”: com taxas menores, prazos mais curtos, uso de garantias e que se encaixem na realidade do tomador.
O principal objetivo dos para o uso do crédito entre os investidores é comprar uma casa. Em segundo lugar, adquirir um carro ou moto, seguido de empreender. Entre os que já utilizaram crédito para empreender, 54% usaram o dinheiro para expandir o negócio, 41% para obter capital de giro, 31% para abrir o próprio negócio e 7% para evitar a falência.