VITORIA PEREIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O Dia Mundial de Combate ao Estresse acontece nesta terça-feira (23) e, em 2025, o interesse pelo termo “estresse crônico” está crescendo no Brasil, conforme dados do Google Trends dos últimos dez anos. As buscas por cortisol também dobraram nos últimos seis meses em comparação ao período anterior.
Nos últimos 30 dias, os principais termos pesquisados foram sobre os sintomas do estresse crônico. As buscas por formas de “diminuir” ou “aliviar” o estresse cresceram muito em 2024 e 2025.
Embora situações estressantes, como ansiedade antes de provas ou viagens, sejam comuns, quando ocorrem todos os dias podem se tornar um problema sério, explica a psiquiatra Danielle Admoni, supervisora da residência em psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
O estresse crônico traz cansaço acumulado, falta de ânimo e desgaste devido às muitas tarefas diárias. Os sintomas incluem irritação, fadiga e falta de energia, podendo causar depressão, ansiedade, crises de pânico e problemas físicos, como gastrite, síndrome do intestino irritável e dores musculares.
Segundo a psiquiatra, o aumento do interesse pelo tema mostra um estilo de vida sobrecarregado, com pressão para estar sempre atualizado e medo de ficar para trás, gerando ansiedade e angústia. O trabalho exaustivo piora essa situação.
Para prevenir, Admoni recomenda definir limites nas responsabilidades do dia a dia, principalmente no trabalho, e respeitar pausas, como o horário de almoço.
Além disso, é importante ter hábitos saudáveis, como praticar exercícios regularmente. “As pessoas estão deixando de lado o sono, a convivência com a família, momentos de lazer e hobbies para se dedicar só ao trabalho, criando um ciclo de estresse constante que o corpo acaba reclamando”, afirma a psiquiatra.
Junto com o aumento das buscas sobre estresse crônico, cresce o interesse por cortisol, com muitas pesquisas sobre como reduzir esse hormônio. Conhecido como o “hormônio do estresse”, o cortisol aumenta em situações de perigo e é essencial para controlar a resposta do corpo ao estresse.
Produzido pelas glândulas acima dos rins, ele regula o metabolismo, a inflamação, o sistema imunológico, o humor, a pressão arterial e os níveis de açúcar no sangue.
A endocrinologista Deborah Beranger alerta que o importante não é diminuir o cortisol, mas manter seu equilíbrio. “Todo hormônio é fundamental para nosso corpo. A falta ou o excesso são prejudiciais”, explica.
Para saber se o cortisol está relacionado aos sintomas de estresse ou se há outras causas, é necessário consultar um médico.