GIULIA PERUZZO
FOLHAPRESS
De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada 20 mil pessoas no mundo recebe o diagnóstico de câncer ocular, sendo que 90% desses casos são identificados antes dos cinco anos de idade e metade antes dos dois anos. No Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são registrados cerca de 1.004 novos casos por ano.
Clarissa Mattosinho, chefe da Oncologia Ocular do Inca, explica que o maior desafio no tratamento é aumentar as terapias que consigam preservar o globo ocular, e salienta que este tipo de câncer tem sido cada vez mais detectado e tratado.
Emerson de Castro, oftalmologista do Sírio-Libanês, detalha que existem diferentes tipos de câncer ocular que podem afetar várias partes do olho, como as pálpebras, áreas ao redor e o interior do olho. Entre os adultos, o melanoma da coroide é o tipo mais comum dentro do olho, geralmente sem sintomas no começo, mas pode causar perda da visão e a percepção de manchas, semelhantes a ‘moscas’.
Ele também destaca que cânceres de pele, como o carcinoma espinocelular e o basocelular, podem afetar as pálpebras.
Na infância, o tipo mais frequente de câncer ocular é o retinoblastoma, cujos principais sintomas incluem estrabismo, inflamação, dor e inchaço dos olhos, segundo Castro. O Inca estima cerca de 230 novos casos de retinoblastoma ao ano no país.
Os fatores que aumentam o risco de desenvolver câncer ocular, conforme Castro, são: exposição ao sol, hereditariedade, idade avançada, pele e olhos claros e baixa imunidade.
Nathalia Grigorovski, oncologista pediátrica do Inca, afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem avançado no tratamento, oferecendo, por exemplo, quimioterapia intra-arterial para casos de retinoblastoma, disponível no Inca e no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc).
Para outros tipos, os tratamentos são semelhantes aos de outros cânceres. Castro explica que algumas lesões na superfície da córnea podem ser tratadas com colírios quimioterápicos eficazes, enquanto lesões internas podem exigir cirurgia, radioterapia localizada (braquiterapia) e quimioterapia.
Ele destaca a importância de observar o histórico familiar e a necessidade de proteção contra o sol, como o uso de óculos escuros e boné, para crianças e adultos.
Com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o câncer ocular, o curta-metragem “Quando Seus Olhos Encontram os Meus” se inspira em histórias reais de pessoas diagnosticadas com a doença.
Na última terça-feira (7), ocorreu uma exibição especial do filme em Foz do Iguaçu, cidade que sediou a criação do Instituto Melanoma Brasil, idealizador do projeto junto ao Instituto Renascimento. A sessão foi realizada no Cinecataratas.
A pré-estreia aconteceu em 20 de setembro, seguida da apresentação do trailer em 52 salas de cinema do Brasil entre 25 de setembro e 1º de outubro. O curta também está disponível no canal do Instituto Renascimento no YouTube.