Devido à crise de saúde pública causada pela intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, o governo do Brasil está buscando suporte internacional para obter um antídoto crucial contra o envenenamento provocado por essa substância química.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que pelo menos 13 países foram contatados para contribuir com os esforços de enfrentamento da crise.
Intoxicação por Metanol
Os casos de intoxicação por metanol foram detectados recentemente em bebidas adulteradas.
Até o momento, o Ministério da Saúde registrou 59 casos suspeitos, dos quais 11 foram confirmados.
Uma morte causada por envenenamento por metanol foi confirmada no estado de São Paulo, e outros sete óbitos estão sob investigação.
Por precaução, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recomendou que a população evite consumir bebidas destiladas, que até agora foram as únicas a apresentarem adulterações.
Em uma coletiva em Brasília no dia 2 de outubro, o ministro mencionou que o Brasil já acionou cerca de 10 agências reguladoras internacionais similares à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde que os casos começaram a surgir.
O propósito é localizar produtores de fomepizol — um dos remédios utilizados para tratar envenenamento por metanol — em outros países, pois esse medicamento não é fabricado no Brasil, sendo necessário importar.
Alexandre Padilha informou que o Ministério da Saúde já entrou em contato com três instituições privadas produtoras do antídoto: a Zydus, na Índia; American Regent, nos Estados Unidos; e United Health, sediada em Lisboa, Portugal.
Medidas do Ministério da Saúde
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) também foi acionada para solicitar a doação imediata de 100 tratamentos com fomepizol, além de expressar interesse na compra de mil unidades adicionais do medicamento.
Alexandre Padilha declarou: “Entramos em contato com esses produtores e nossos parceiros que confirmaram capacidade de fornecimento para que possamos manter um estoque estratégico de fomepizol em nosso país.”
Questionado se essa ação indicava possível aumento de casos, o ministro esclareceu que o pedido é uma medida de precaução.
Estoques de Etanol Farmacêutico
Além dos esforços para garantir o fornecimento de fomepizol, Padilha atualizou a situação do estoque brasileiro de etanol farmacêutico, outra substância usada para combater intoxicações por metanol.
O Brasil formou uma reserva de 4,3 mil ampolas desse medicamento em hospitais universitários federais, e foi realizada a aquisição emergencial de 150 mil ampolas adicionais.
Diferente do fomepizol, o etanol farmacêutico é produzido por mais de 600 farmácias de manipulação em todo o país, conforme levantamento da Anvisa.