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quinta-feira, 31/07/2025

Brasil se reúne com sete democratas e um republicano nos EUA

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A comitiva de senadores do Brasil que esteve nos Estados Unidos durante o anúncio das tarifas elevadas pelo presidente Donald Trump encontrou-se com oito congressistas norte-americanos, sendo apenas um deles do partido republicano, o mesmo do presidente.

O grupo de parlamentares chegou a Washington D.C. para uma viagem oficial entre os dias 28 e 30 de julho, com o intuito de ampliar o diálogo com empresários e congressistas, sem participar diretamente das negociações oficiais sobre a tarifa de 50% imposta pelos EUA. A agenda incluiu encontros em gabinetes políticos e na Câmara de Comércio Brasil-EUA.

O grupo foi recebido pelo senador republicano Thom Tillis, da Carolina do Norte, que, apesar de pertencer ao partido do presidente, é considerado independente. Tillis foi um crítico do pacote orçamentário de Trump e optou por não disputar a reeleição no próximo ano após divergências com o chefe da Casa Branca.

Os demais encontros ocorreram com senadores do partido democrata, oposição a Trump nas eleições de 2024. Conforme o senador e presidente da comitiva, Nelsinho Trad (PSD-MS), não estavam previstas reuniões oficiais no Departamento de Estado, órgão equivalente ao Itamaraty.

Congressistas que receberam a comitiva brasileira

  • Ed Markey, senador democrata de Massachusetts;
  • Tim Kaine, senador democrata da Virgínia;
  • Thom Tillis, senador republicano da Carolina do Norte;
  • Martin Heinrich, senador democrata do Novo México;
  • Mark Kelly, senador democrata do Arizona;
  • Chris Coons, senador democrata de Delaware;
  • Jeanne Shaheen, senadora democrata de New Hampshire;
  • Sydney Kamlanger-Dove, deputada democrata da Carolina do Norte.

Durante as reuniões, os senadores brasileiros foram incentivados a interromper relações comerciais com a Rússia. Os congressistas norte-americanos pretendem aprovar uma lei que imponha tarifas automáticas a países mantendo negócios com o governo de Vladimir Putin. Essa iniciativa busca pressionar o Kremlin a aceitar um cessar-fogo com a Ucrânia.

De acordo com o líder do Podemos no Senado e membro da comitiva, Carlos Viana (MG), os americanos alertaram para uma possível “crise ainda maior” nos próximos três meses. O Brasil importa fertilizantes russos essenciais para a agricultura. Jaques Wagner (PT-BA) destacou a dependência do país desses insumos e alertou que interromper as importações poderia paralisar o agronegócio brasileiro.

Continuidade das negociações após o anúncio das tarifas

Empresários e congressistas americanos reforçaram a necessidade de uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Donald Trump. Conforme Jaques Wagner, líder do governo no Senado e integrante da comitiva, o presidente brasileiro demonstrou boa vontade para o contato, desde que não se discutam questões relacionadas ao Judiciário.

“Diversos interlocutores ressaltaram essa necessidade. Conversei com o presidente Lula, que afirmou que isso precisa ser respeitado. A diplomacia deve organizar esse encontro. Acho improvável que ocorra antes de primeiro de agosto. Lula não tem problema em falar com Trump. O tema da Rússia pode ser tratado em uma reunião bilateral, desde que as questões do Judiciário não sejam abordadas”, explicou Wagner.

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