O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil vai sugerir, na COP30 que acontece em novembro em Belém (PA), a criação de uma taxa para que países ricos contribuam financeiramente no enfrentamento das mudanças climáticas.
Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Band News, Lula explicou que esta edição da conferência será marcada pela busca da verdade e ressaltou que os países desenvolvidos têm uma dívida anual superior a US$ 1,3 trilhão por conta dos danos ambientais causados. Ele também pretende ouvir os líderes mundiais para entender como eles veem o aquecimento global.
Lula disse: “Quero saber se eles acreditam que existe o problema do aquecimento global ou não. Nossa responsabilidade é impedir que esse aquecimento piore, embora ele já esteja acontecendo”.
O presidente também falou sobre a inclusão da educação ambiental nos programas escolares, destacando a importância de ensinar às crianças sobre a separação do lixo para que possam transmitir esse conhecimento em casa.
Para exemplificar os impactos das mudanças climáticas, Lula mencionou eventos como neve na Arábia Saudita e chuvas em regiões desertas, que ele atribuiu à falta de cuidado do ser humano com o meio ambiente.
Sobre a mineração, o presidente anunciou a criação de um conselho ligado à Presidência da República para tratar do assunto. Ele defendeu que o Brasil deve processar os minérios dentro do país, criticando o atual modelo de exportação do minério de ferro para depois comprar produtos industrializados.
Lula comentou: “Se o presidente dos Estados Unidos quer discutir questões comerciais, isso deve ser feito em diálogo, não por meio de impostos adicionais”.
Ele também destacou que as potências estrangeiras não compreendem a realidade dos 30 milhões de pessoas que vivem na Amazônia. O presidente reafirmou o compromisso do governo na redução do desmatamento da região, que já caiu pela metade, e garantiu a meta de zerar o desmatamento até 2030.
“Temos a maior floresta tropical do mundo e queremos protegê-la, assim como as bacias do Pantanal, Caatinga e Cerrado”, disse, enfatizando que a preservação ambiental é essencial para a qualidade de vida de pescadores, seringueiros, extrativistas, agricultores e povos indígenas que dependem da floresta para viver.