O Ministério da Defesa do Brasil afirmou que não existe nenhum plano para retirar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mesmo com as ameaças feitas pelos Estados Unidos contra o líder venezuelano. A confirmação veio em comunicado nesta terça-feira (26/8).
No último domingo (24/8), o site DefesaNet publicou uma reportagem que mencionava a chamada Operação Imeri. Conforme a notícia, o objetivo dessa operação seria tirar Maduro do país em meio à movimentação militar dos EUA na região, envolvendo a Marinha e a Aeronáutica brasileiras.
Em nota, o Ministério da Defesa declarou que não há nenhum plano ou operação sendo feita ou planejada com essas características.
Pressão contra Maduro
Os Estados Unidos são frequentemente criticados por Maduro, que os acusa de terem intenções imperialistas.
Muitos países duvidam da validade do governo Maduro, alegando que houve fraude nas últimas eleições venezuelanas. Tanto o atual presidente dos EUA, Joe Biden, quanto seu antecessor, Donald Trump, reconhecem o opositor Edmundo González como o verdadeiro vencedor do pleito.
Os EUA acusam Maduro de liderar um cartel e de estar diretamente ligado ao tráfico de drogas para seu país.
A Operação Imeri teria sido tratada em uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o chanceler venezuelano, Yván Gil Pinto, durante a última cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA/CELAC).
O encontro ocorreu em 21 de agosto, em Bogotá, na Colômbia. Além dos temas comerciais bilaterais e tarifas impostas pelos EUA, foram debatidos os desafios atuais em segurança regional.
Fontes do Itamaraty confirmaram que um plano para resgatar Maduro não foi discutido na agenda oficial entre os chanceleres.
Pressão dos Estados Unidos
Desde julho, os EUA intensificaram a pressão sobre o governo de Maduro. Acusam o presidente venezuelano de liderar o cartel de drogas Los Soles e aumentaram a recompensa para informações que levem à sua captura para 50 milhões de dólares.
Essas acusações, sem provas confirmadas, fazem parte de uma mudança na política americana de combate ao tráfico internacional de drogas, que classifica alguns cartéis como organizações terroristas, criando bases para operações militares estrangeiras sob o pretexto da guerra ao terrorismo.
Para reforçar sua posição, os EUA também deslocaram embarcações militares para perto da costa venezuelana, demonstrando o uso de sua força para pressionar o governo chavista.