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quinta-feira, 06/11/2025




Brasil lidera exportação de soja para China, superando os EUA

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A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China abriu espaço para que o Brasil aumentasse significativamente a exportação de soja para o mercado chinês. Entre os meses de junho e agosto, a China deixou de comprar soja dos EUA e passou a adquirir mais do Brasil e da Argentina.

Essa informação vem de um estudo da American Farm Bureau Federation, a maior organização agrícola dos Estados Unidos, que representa 6 milhões de produtores rurais norte-americanos.

Conforme o relatório publicado pela federação, a compra de soja dos EUA pela China caiu para o menor nível registrado em 2025, enquanto o Brasil se tornou o principal fornecedor desse produto para a China.

De janeiro a agosto de 2025, a China importou apenas 5,8 milhões de toneladas de soja dos EUA, número que representa uma queda de quase 80% em comparação ao mesmo período do ano anterior. De junho a agosto, a importação de soja americana pela China foi praticamente zero, e não houve compras para a próxima safra.

Por outro lado, o Brasil exportou mais de 77 milhões de toneladas de soja para o mercado chinês nesse mesmo período. A Argentina também aumentou suas exportações para a China, beneficiada pela suspensão temporária do imposto de exportação.

Segundo a Federação Americana de Escritórios Agrícolas, essa mudança não é apenas temporária, mas resultado de uma política da China de diversificar seus fornecedores desde 2018, quando a guerra comercial com os EUA começou.

Impactos em outros produtos

Os efeitos dessa mudança também aparecem em outras exportações americanas: milho, trigo e sorgo para a China caíram a zero em 2025, enquanto as vendas de carne suína e algodão continuam em declínio.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos projeta que o valor total das exportações agrícolas para a China será de US$ 17 bilhões este ano, uma queda de 30% em relação a 2024 e mais da metade do valor registrado em 2022. Para 2026, a previsão é que caia ainda mais, para US$ 9 bilhões — o valor mais baixo desde 2018.

Apoio do governo

O governo do ex-presidente Donald Trump planeja um novo pacote de ajuda financeira aos agricultores, semelhante ao concedido em 2019, quando foram destinados mais de US$ 22 bilhões durante a primeira fase da guerra comercial com a China. Trump comunicou em sua rede social Truth Social: “Usaremos os recursos das tarifas para apoiar nossos agricultores”. Além disso, o Tesouro dos EUA estuda medidas para reduzir o déficit comercial agrícola.

Além dos efeitos da guerra comercial, os produtores americanos enfrentam queda no preço dos produtos agrícolas e aumento nos custos logísticos, agravados pelo baixo nível das águas do Rio Mississippi. O Departamento de Agricultura dos EUA estima que a renda agrícola do país caia 2,5% em 2025, atingindo o menor valor desde 2007.




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