O Brasil vai lançar seu primeiro foguete comercial na noite desta segunda-feira (22/12) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Este evento marca a entrada do país no mercado internacional de lançamentos espaciais comerciais, um setor dominado atualmente pelos Estados Unidos, Europa e China.
O foguete, chamado HANBIT-Nano, foi criado pela empresa privada sul-coreana Innospace e faz parte da Operação Spaceward 2025, liderada pela Força Aérea Brasileira (FAB), o braço militar do Programa Espacial Brasileiro (PEB). Cerca de 400 profissionais participam da missão, incluindo 300 militares.
Com aproximadamente 21 metros de altura — o mesmo que um edifício de sete andares — e pesando cerca de 30 toneladas, o HANBIT-Nano é projetado para missões orbitais leves. Ele pode atingir velocidades próximas a 30 mil km/h, que é mais de 27 vezes a velocidade de um avião comercial, levando cerca de três minutos para escapar da atmosfera terrestre.
A missão levará ao espaço oito dispositivos experimentais, dos quais sete são brasileiros e um indiano. Entre esses dispositivos, estão dois nanossatélites desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), focados no estudo de sistemas de comunicação de baixo consumo para aplicações de Internet das Coisas (IoT).
Além disso, o lançamento inclui um satélite educacional equipado com versões de teste de tecnologias como placas solares e instrumentos de navegação. Esse satélite também carrega mensagens de estudantes da rede pública local, envolvendo crianças e jovens de comunidades quilombolas.
O projeto Pion BR2 – Cientistas de Alcântara foi criado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o PNUD e a startup PION.
Devido à sua proximidade com a Linha do Equador, o Centro de Lançamento de Alcântara é considerado um local estratégico por permitir uma economia maior de combustível e possibilitar lançamentos orbitais com mais eficiência.
