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sábado, 18/10/2025

Brasil é líder em notícias falsas sobre vacina na América Latina

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Um estudo divulgado no Dia Nacional da Vacinação mostrou que o Brasil é o país da América Latina que mais compartilha informações falsas sobre vacinas, representando 40% de todo esse tipo de conteúdo no Telegram.

O estudo, chamado Desinformação Antivacina na América Latina e no Caribe, analisou 81 milhões de mensagens publicadas em 1.785 grupos de teorias da conspiração no Telegram entre 2016 e 2025, em 18 países da região. Foram identificados 175 supostos danos atribuídos às vacinas e 89 falsos remédios vendidos como formas de neutralizar os efeitos das vacinas.

Realizado pelo Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas, o estudo revelou que o Brasil lidera não só em volume de mensagens, mas também no número de usuários ativos em comunidades conspiratórias sobre vacinas, com mais de 580 mil conteúdos falsos ou enganosos.

Segundo Ergon Cugler, coordenador do estudo, o Brasil está no topo porque ainda há pouca regulação do ambiente digital. Ele disse que plataformas lucram com o medo e que a sociedade polarizada cria um ambiente propício para discurso conspiratório.

Além do Brasil, outros líderes em desinformação são Colômbia, Peru e Chile, com centenas de milhares de publicações falsas.

Principais mentiras sobre vacinas

As informações falsas mais comuns afirmavam que a vacina causa morte súbita, altera o DNA das pessoas, provoca AIDS, envenenamento ou câncer. Também circulavam falsas curas, como ficar descalço para limpar energias ou usar dióxido de cloro, substância tóxica vendida como solução milagrosa, mas que é perigosa e pode matar, alertou o Ministério da Saúde.

Ergon Cugler ressaltou que a desinformação é um mercado rentável que explora o medo, mistura pseudociência com espiritualidade e vende tratamentos sem base científica, minando a confiança na ciência.

Impacto durante a pandemia

Durante a pandemia de covid-19, a divulgação de desinformação sobre vacinas aumentou drasticamente, crescendo 689 vezes entre 2019 e 2021. Embora tenha diminuído após isso, o volume permanece muito maior que antes da pandemia. Ergon Cugler alerta que essa desinformação atrapalha políticas públicas de saúde e pode colocar vidas em risco, facilitando o retorno de doenças já controladas.

Ele recomenda que as pessoas desconfiem de conteúdos baseados em medo ou emoção e sempre verifiquem as fontes, preferindo informações de instituições científicas, profissionais de saúde e veículos de imprensa confiáveis.

Vacinas são seguras

O Ministério da Saúde destaca que as notícias falsas prejudicam a adesão às campanhas de vacinação. Para combater isso, a pasta criou o programa Saúde com Ciência, que leva informações confiáveis à população e responde dúvidas sobre vacinas e notícias falsas.

O site do programa orienta como denunciar conteúdos enganosos nas plataformas digitais para ajudar a impedir a disseminação de desinformação.

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