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terça-feira, 24/06/2025




Brasil e Indonésia enfrentam dificuldades após morte de Juliana Marins

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Em Brasília

NELSON DE SÁ
PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS)

A tragédia envolvendo a brasileira Juliana Marins ocorreu pouco antes da visita do presidente da Indonésia ao Brasil, destinada à cúpula do grupo Brics e uma missão bilateral.

Em janeiro, o governo brasileiro anunciou a Indonésia como novo membro pleno do bloco que inclui países como China e Rússia. Destacava-se que a Indonésia possui a maior população e economia do Sudeste Asiático, com 281 milhões de habitantes, frente aos 212 milhões do Brasil, conforme dados recentes do IBGE.

Após o falecimento, o governo Lula (PT) adotou uma postura mais firme, afirmando que cobrou providências de alto nível do governo indonésio, possivelmente diretamente do presidente Prabowo Subianto.

Nos comentários do perfil de Prabowo no Instagram, milhares de brasileiros exigiram esclarecimentos sobre a suposta demora no resgate e informações desencontradas fornecidas à família.

Em resposta, um representante do palácio presidencial declarou que o presidente Prabowo está preocupado com o caso, demonstrando atenção não só às questões globais, mas também às situações individuais, e ressaltou que os pedidos feitos através das redes sociais estão sendo analisados. Uma equipe foi enviada à província de Nusa Tenggara Ocidental, onde ocorreu a operação de resgate, coordenada pelo governador local.

Apesar disso, a maior atenção dos brasileiros tem sido direcionada ao presidente Prabowo, ex-general e ex-ministro da Defesa da Indonésia. O acontecimento é um golpe inesperado para a relação bilateral que o Brasil vinha tentando fortalecer há algum tempo.

O antecessor de Prabowo, Joko Widodo, era reticente sobre um papel internacional mais destacado para a Indonésia. Em contraste, Prabowo tem buscado maior protagonismo, aceitando o convite para o Brics e fazendo viagens à China e Rússia, demonstrando disposição para fortalecer a posição multipolar do país.

O relacionamento com o Brasil mostrava potencial para se tornar tão importante quanto o que o país mantém com outros parceiros asiáticos, especialmente na criação de uma aliança para proteger as florestas tropicais e pressionar nações desenvolvidas por mais recursos contra o desmatamento.

Com a confirmação da morte de Juliana Marins, a reação nas redes sociais entre brasileiros intensificou-se, revertendo a situação para um clima mais hostil, semelhante ao ocorrido há uma década, quando a Indonésia executou um traficante brasileiro, provocando ampla indignação pública e política, inclusive da então presidente Dilma Rousseff.

Embora Prabowo possa reconsiderar sua visita, ainda não há indicações concretas de que ele desistirá de participar da cúpula dos Brics.




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