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quarta-feira, 05/11/2025




Brasil e EUA começam negociação para reduzir tarifas

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JULIA CHAIB
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS)

O governo do Brasil acredita que a reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, marcou o início de uma negociação importante para diminuir as tarifas que o país enfrenta.

Essa mesma impressão foi compartilhada por membros do governo do presidente Donald Trump, conforme relatado por um representante americano à reportagem. Embora ainda não tenha sido tomada uma decisão imediata para reduzir as tarifas, o encontro foi visto de forma positiva, pois mostrou a intenção dos dois lados em buscar um acordo.

Mauro Vieira esteve na Casa Branca nesta quinta-feira (16) para se reunir com Marco Rubio. O primeiro encontro durou cerca de 15 minutos, seguido por uma conversa mais ampla com equipes dos dois países. Pela parte americana, participaram o representante comercial Jamieson Greer e membros do Departamento de Estado. Pelo Brasil, estiveram presentes a embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Viotti, além de outros diplomatas.

Mauro Vieira afirmou que este é o início promissor de um processo de negociação com os Estados Unidos, e informou que os presidentes Lula e Trump terão um encontro em breve, com data ainda a ser definida.

Um integrante do governo brasileiro classificou a reunião como muito positiva. Segundo um representante americano, na parte ampliada da reunião, as discussões foram exclusivamente comerciais, sem tocar em temas como a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, mencionada por Trump para justificar as altas tarifas, ou assuntos sobre a Venezuela.

O governo brasileiro pretende solicitar a redução das tarifas, que atualmente chegam a 50%, além de pedir o fim das sanções aplicadas pelos EUA, como suspensão de vistos e penalidades financeiras contra autoridades brasileiras.

Antes do encontro, membros do governo Lula adotavam uma postura cautelosa, reconhecendo que a reunião não seria decisiva. O time brasileiro planejava apresentar sugestões em três áreas importantes para os americanos, com o objetivo de facilitar o diálogo: etanol, minerais críticos e empresas de tecnologia (big techs).

Nesse sentido, a ideia era mostrar disposição para fazer concessões nessas áreas para impulsionar as negociações comerciais. Sobre o etanol, o governo brasileiro considera retomar o sistema de cotas ou criar mecanismos para permitir que o etanol americano entre pelos portos do Sudeste do Brasil.

Produtores e políticos brasileiros do Nordeste manifestam preocupação com a possível entrada do etanol feito de milho nos EUA, pois as usinas dessa região são menos mecanizadas e menos competitivas que as do Sudeste. Essa questão tem forte importância política e mobiliza deputados nordestinos no Congresso.

No que diz respeito aos minerais críticos, o Brasil busca desenvolver uma indústria para explorar esses recursos. Uma proposta em análise é a criação de uma parceria com os EUA, na qual o país americano ajudaria a financiar a extração dos minerais, assegurando uma cota de compra em troca.

Quanto às big techs, o governo acredita ter pouca influência direta, pois as discussões principais ocorrem no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, existe a possibilidade de discutir a regulação feita pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre essas empresas. Para as duas últimas áreas, o governo poderia estabelecer grupos de trabalho que fariam propostas específicas sobre o tema.




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