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domingo, 28/12/2025

Brasil e EUA buscam acabar com tarifas sobre produtos industriais

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Enquanto comemoram o fim da sobretaxa para produtos agropecuários exportados aos Estados Unidos, o governo do Brasil e empresários já se preparam para novos desafios: diminuir as tarifas para produtos industriais e evitar sanções relacionadas a uma investigação em andamento, que já afetou China e União Europeia.

A lista recente divulgada pelo governo americano eliminou a tarifa extra de 40% para itens como carne, café e frutas. Poucos produtos industriais foram liberados, incluindo alguns químicos e peças para aeronáutica que não haviam sido isentados anteriormente.

Welber Barral, sócio-fundador da BMJ e ex-secretário de Comércio Exterior, destaca que muitos produtos industriais continuam com tarifas altas, mencionando que café solúvel, por exemplo, ainda está tarifado, o que favorece poucos setores.

Além disso, itens como aço, alumínio, madeira, móveis e cobre permanecem com tarifas de 50% devido a outras medidas punitivas.

Ele ressalta que a investigação conhecida como seção 301, que ainda está em andamento e que o Brasil precisará negociar, avalia práticas do país em comércio eletrônico, tecnologia, taxas de importação e desmatamento.

A seção 301 permite que os EUA imponham medidas tarifárias e não tarifárias contra países que adotam práticas comerciais consideradas injustas, tendo China e União Europeia sido alvos anteriores.

Técnicos do governo brasileiro informam que as negociações agora visam retirar as tarifas adicionais sobre produtos manufaturados ainda tarifados, como máquinas, equipamentos e madeira.

Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, o Brasil continuará as negociações com os EUA para eliminar as tarifas extras sobre o restante dos bens do comércio bilateral.

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) também destaca a importância de intensificar o diálogo entre os dois países para estender a remoção das sobretaxas a mais produtos, especialmente industriais, e aprofundar a cooperação em assuntos de interesse comum.

Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirma ser necessário avançar incluindo bens industriais, como máquinas e equipamentos, que são importantes para o mercado americano.

José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), aponta que a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, é positiva, porém os bens industriais ficaram de fora.

Ele explica que a isenção foi pensada para aliviar a inflação americana, beneficiando principalmente a exportação de commodities, mas que os produtos manufaturados têm pouco impacto para o consumidor americano, e que as tarifas prejudicam ainda mais a competitividade brasileira.

Em decreto recente, Donald Trump retirou as tarifas de 40% sobre alguns produtos agrícolas brasileiros, incluindo carne e café, que são vitais para o comércio exterior do Brasil, abrangendo mais de 200 itens agropecuários e fertilizantes.

No comunicado, Trump mencionou ter conversado por videoconferência com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que as tarifas não são mais necessárias graças aos progressos nas negociações.

Lula expressou satisfação com a medida durante seu discurso na prévia do Salão do Automóvel de São Paulo.

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