O Brasil está se preparando para um avanço importante no setor de minerais críticos, que são essenciais para a fabricação de tecnologias modernas, como baterias, chips eletrônicos e equipamentos de inteligência artificial. A nova Política Nacional de Minerais Críticos, que está sendo finalizada na Câmara dos Deputados, tem como objetivo transformar o país de um simples exportador de matérias-primas em um líder no processamento desses minerais.
Atualmente, o Brasil possui 23% das reservas conhecidas de terras raras no mundo, ficando atrás apenas da China, que tem 43%. Entretanto, enquanto a China processa 60% dos minerais críticos usados globalmente, o Brasil processa somente 1%.
Segundo Arnaldo Jardim, relator do projeto, a proposta se baseia em três pontos principais: identificar claramente quais minerais são críticos, criar uma governança transparente e implantar incentivos econômicos para o setor.
O projeto prevê medidas para tornar o licenciamento ambiental mais ágil, sem abrir mão da proteção ambiental, além de oferecer isenções fiscais para a importação dos equipamentos necessários ao processamento desses minerais.
Esse movimento ocorre em um momento de forte disputa internacional pelo controle desses recursos entre grandes potências, como China e Estados Unidos. A versão final da política, que contou com a contribuição de diversos setores, será levada para análise e votação na Câmara dos Deputados.
O potencial do Brasil nesse setor pode ser ainda maior, pois o levantamento geológico nacional ainda não está completo. A nova política tem como objetivo mapear essas reservas e desenvolver toda a cadeia produtiva dentro do país, agregando valor aos minerais e fortalecendo o progresso tecnológico nacional.
“O Brasil deve deixar de ser apenas exportador de matérias-primas e começar a processar esses minerais aqui”, afirmou Arnaldo Jardim.

