O governo brasileiro comunicou, nesta quarta-feira (31/12), que continuará suas negociações com o governo chinês, tanto bilateralmente quanto na Organização Mundial do Comércio (OMC), para reduzir os efeitos das novas regras comerciais que limitam a importação de carne.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC), o setor pecuário do Brasil tem fornecido consistentemente para a segurança alimentar na China, oferecendo produtos sustentáveis e competitivos, submetidos a rigorosos controles sanitários.
Novos mercados
Na mesma data, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou que a taxação chinesa sobre a carne bovina, que é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, não é motivo de grande preocupação. Ele explicou que essa medida já vinha sendo anunciada pela China, que justifica a taxa como forma de proteção aos produtores locais.
Fávaro avaliou que o Brasil está bem posicionado para enfrentar essa situação, graças à abertura de novos mercados promovida pela administração do presidente Lula, especialmente após a imposição de tarifas dos Estados Unidos.
“Neste governo do presidente Lula, abrimos 20 mercados para carne bovina ao redor do mundo e também ampliamos mercados já existentes”, destacou o ministro.
Tarifas impostas pela China
A China anunciou que estabelecerá cotas para importações de carne bovina em 2026, visando proteger sua produção local. A cota total será de 2,7 milhões de toneladas, com acréscimos anuais.
O Brasil ficou com a maior parte dessa cota, correspondente a 1,1 milhão de toneladas por ano. Se as importações ultrapassarem esses limites, os produtos sofrerão uma tarifa de 55%.
Essa regra entrará em vigor na próxima quinta-feira (1º/1), terá validade de três anos e será aplicada a todos os países exportadores, portanto, tecnicamente, não colocará o Brasil em desvantagem competitiva.

