São Paulo, 21 – O Brasil deseja ampliar seu papel na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e progredir em assuntos importantes da agricultura mundial. Essa intenção ficou clara na quinta-feira, 20, durante um encontro entre o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e a diretora de Comércio e Agricultura da OCDE, Marion Jansen, realizado na AgriZone, espaço dedicado à agricultura sustentável na COP30, em Belém (PA).
De acordo com o comunicado do Ministério da Agricultura, foram discutidos no encontro temas sobre indicadores agroambientais e os trabalhos dos grupos da OCDE relacionados à agricultura, comércio, meio ambiente e políticas agrícolas. Um ponto importante foi o reajuste da participação do Brasil no Programa de Cooperação e Pesquisa (CRP), que é essencial para promover estudos, inovação e troca técnica entre países. Fávaro destacou a necessidade de que as métricas globais reflitam melhor as condições produtivas tropicais.
A reunião também foi o momento de apresentar a nova adida brasileira na OCDE, Bárbara Cordeiro, que assumirá o cargo em janeiro de 2026. O diálogo abriu novas oportunidades de cooperação e confirmou o interesse mútuo em fortalecer a atuação técnica do Brasil na organização.
Fávaro afirmou: “Estamos nos esforçando para que a voz do Brasil tenha mais relevância nos fóruns internacionais. Nossa produção sustentável, aliada à inovação, nos coloca em posição para apoiar agendas globais e garantir que decisões sobre agricultura e comércio considerem a realidade de quem produz alimentos com responsabilidade”.
Depois da reunião, a OCDE organizou o painel “O desafio do comércio agrícola sustentável: um diálogo de alto nível”, na AgriZone. Participaram Marion Jansen, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua. Eles discutiram a harmonização de indicadores, estratégias para enfrentar mudanças climáticas e políticas que levem em conta as diferentes realidades produtivas pelo mundo.
Durante o debate, o secretário Luís Rua destacou a importância do Brasil: “O país se destaca pela excelência em sustentabilidade e preservação ambiental, além da produção de alimentos. O Brasil pode liderar pelo exemplo, com atividades sustentáveis, responsabilidade ambiental, inovação e tecnologia. Esses fatores permitem que o Brasil seja um ator estratégico na produção mundial de alimentos, garantindo segurança alimentar global ao conciliar preservação ambiental e desenvolvimento agrícola”.
