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terça-feira, 02/12/2025

Brasil busca acordo para PrEP de longa duração contra HIV

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no Dia Mundial de Luta contra a Aids que é prioridade do ministério garantir acesso a novas formas e tecnologias para prevenir a doença. Citou a intenção de incluir medicamentos de longa duração no Sistema Único de Saúde (SUS), apesar de ainda não haver previsão para isso.

O foco principal é o uso do lenacapavir, um medicamento injetável de longa duração desenvolvido pela farmacêutica Gilead, que ainda aguarda registro sanitário no Brasil. Aplicado a cada seis meses, esse remédio inovador pode substituir a atual PrEP, que exige o uso diário de comprimidos e visitas frequentes ao médico.

Estudos clínicos mostram alta eficácia do lenacapavir na prevenção do HIV, vírus causador da Aids.

Alexandre Padilha declarou que o governo brasileiro participa ativamente dos estudos clínicos e busca firmar parceria para transferência tecnológica do medicamento ao Brasil. A campanha “Nascer sem HIV, viver sem aids” e uma exposição sobre a resposta brasileira à epidemia estão destacando o tema durante o Dezembro Vermelho 2025.

O ministro ressaltou que o novo medicamento pode ser crucial para populações jovens que têm dificuldade de seguir o regime diário da PrEP atual.

Embora a possibilidade de quebra de patente não tenha sido citada diretamente, o governo promete insistir pelo acordo de transferência tecnológica. Países de renda média, como o Brasil, foram excluídos da oferta genérica do medicamento para países de baixa renda.

O preço proposto pelo laboratório é considerado alto para programas públicos de saúde, especialmente para países de renda média, como o Brasil, que é um importante cenário na luta contra o HIV.

A representante da Articulação Nacional de Luta contra a Aids, Carla Almeida, destacou a necessidade de investir na indústria nacional e considerar licenciamento compulsório e quebra de patentes para avançar na prevenção.

Prevenção e tratamento no Brasil

As políticas de prevenção no país evoluíram da distribuição de preservativos para incluir PrEP e PEP, que previnem a infecção antes e depois da exposição ao vírus, respectivamente. Além disso, lançaram camisinhas texturizadas e sensitivas para atrair o público jovem.

Desde 2023, o número de pessoas usando PrEP aumentou em mais de 150%, fortalecendo a detecção e reduzindo novas infecções. Atualmente, 140 mil pessoas fazem uso diário da PrEP.

O SUS oferece teste para HIV e sífilis, autotestes e terapia antirretroviral gratuita. Mais de 225 mil pessoas utilizam um comprimido único eficaz e com menos efeitos colaterais, o que melhora a adesão ao tratamento e a qualidade de vida.

O Brasil está próximo das metas globais 95-95-95, que medem diagnóstico, tratamento e supressão viral, tendo alcançado duas dessas metas.

Redução de mortes

O país viu uma queda de 13% no número de óbitos por Aids entre 2023 e 2024, ficando abaixo de 10 mil mortes pela primeira vez em 30 anos. Os casos também diminuíram levemente no período.

O Brasil eliminou a transmissão vertical do HIV (de mãe para filho) como problema de saúde pública, sendo o maior país do mundo a conquistar essa marca, segundo Alexandre Padilha e representantes da Organização Mundial de Saúde.

Informações baseadas em dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde.

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