A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) enviou um documento ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) destacando os progressos do Brasil em seis áreas analisadas na investigação dos EUA sobre práticas comerciais.
O Brasil apresentou avanços no acesso ao mercado de etanol, combate ao desmatamento ilegal, fiscalização de anticorrupção, uso justo de tarifas preferenciais, proteção à propriedade intelectual, e regulamentos de comércio digital como o PIX.
Os EUA registram superávit comercial na relação com o Brasil, com saldo positivo de US$ 6,8 bilhões em bens e US$ 23,1 bilhões em serviços em 2024. Nos últimos dez anos, esse superávit chegou a US$ 257 bilhões. Mais de 70% dos produtos americanos entram no Brasil sem tarifas, e o Brasil também investe nos EUA, gerando mais de 110 mil empregos.
A Amcham ressaltou que os acordos preferenciais com Índia e México são permitidos pelas regras internacionais, com impacto limitado sobre o comércio brasileiro. A regulamentação sobre plataformas digitais está em discussão no Legislativo e Executivo, com espaço para diálogo.
O Brasil reduziu em 30% a área de desmatamento entre 2023 e 2024 após firmar a meta de desmatamento zero até 2030. Como líderes em biocombustíveis, Brasil e EUA podem ampliar o acesso mútuo aos mercados. Apesar dos desafios na proteção da propriedade intelectual, o Brasil tem feito avanços com a Estratégia Nacional de PI.
Amcham Brasil recomenda que os dois países fortaleçam a cooperação bilateral e adotem uma agenda positiva além da investigação, garantindo a parceria econômica que existe há mais de um século. A associação criticou a tarifa de 50% aplicada pelos EUA a produtos brasileiros, alertando que essa medida pode gerar impactos negativos em ambos os países e motivar retaliações comerciais.