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segunda-feira, 01/12/2025

Brasil acaba com transmissão do HIV de mãe para bebê e diminui mortes, diz ministério

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Em Brasília

MATEUS VARGAS

FOLHAPRESS

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (1º) que o Brasil conseguiu eliminar a transmissão do HIV da mãe para o bebê.

Em 2024, a taxa de transmissão ficou abaixo de 2% e a ocorrência da infecção em crianças foi inferior a 0,5 caso para cada mil nascidos vivos. Os dados foram divulgados no Dia Mundial da Luta Contra a Aids.

“Isso mostra que o país parou, de forma constante, a infecção dos bebês durante a gravidez, o parto ou a amamentação, cumprindo todas as metas internacionais. Esses resultados estão conforme os critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde)”, disse o Ministério da Saúde.

O número de mortes por Aids no Brasil também caiu cerca de 13%, chegando a 9,1 mil no último ano. Pela primeira vez em trinta anos, o país teve menos de 10 mil mortes.

O Brasil também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testes para HIV e oferta de tratamento para gestantes que vivem com o vírus, conforme o Ministério da Saúde.

“Esses números mostram avanços na prevenção, no diagnóstico e, principalmente, no acesso gratuito pelo SUS a tratamentos modernos que tornam o vírus indetectável e impedem sua transmissão. Essa combinação levou também à eliminação, como problema de saúde pública, da transmissão do vírus de mãe para bebê”, afirmou o ministério.

Os casos de Aids no país baixaram cerca de 1,5% no último ano, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil casos. Na parte materno-infantil, houve queda de 7,9% nas gestantes com HIV (7.500) e de 4,2% nas crianças expostas ao vírus (6.800).

O Brasil tem cerca de 1 milhão de pessoas vivendo com HIV, segundo dados do SUS.

O país utiliza a estratégia de Prevenção Combinada, que junta diferentes métodos para diminuir o risco de contrair HIV, segundo o ministério.

“Antes focada principalmente na distribuição de preservativos, a política agora inclui ferramentas como a PrEP [Profilaxia Pré-Exposição] e a PEP [Profilaxia Pós-Exposição], que reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus”, explicou a pasta. O ministério comprou camisinhas texturizadas e sensitivas para atrair o público jovem, que tem usado menos preservativos.

Desde 2023, o número de pessoas que usam a PrEP cresceu mais de 150%. Atualmente, 140 mil pessoas usam a profilaxia diariamente.

O SUS ainda oferece gratuitamente terapia antirretroviral e acompanhamento para todos os diagnosticados com HIV.

“Mais de 225 mil pessoas usam o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir, uma combinação eficaz, com melhor tolerância e menor risco de efeitos colaterais a longo prazo”, afirmou o ministério. “Esses avanços aproximam o Brasil das metas globais 95-95-95, que significam que 95% das pessoas com HIV saibam seu diagnóstico, 95% estejam em tratamento e 95% das tratadas tenham o vírus sob controle. Duas dessas três metas já foram alcançadas pelo país.”

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