O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou que o Brasil conseguiu diminuir os efeitos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos nas exportações do setor agrícola, ao abrir 437 novos mercados desde 2023.
Segundo Fávaro, a abertura desses mercados proporcionou alternativas importantes para a venda dos produtos brasileiros. Ele destacou que, embora os EUA sejam compradores importantes, o país tem hoje opções diversas que ajudam a amenizar os impactos das tarifas.
O ministro citou como ações relevantes a proximidade do acordo entre Mercosul e União Europeia, o fortalecimento das relações do BRICS e novas oportunidades no Oriente Médio.
Em relação à realocação dos produtos que não foram mais vendidos aos EUA, Fávaro apontou que as vendas de café à China aumentaram significativamente, passando de 280 milhões de dólares em 2023 para quase 1 bilhão em 2024. Além disso, o México se tornou o segundo maior comprador de carne bovina brasileira, mercado que não estava acessível antes de 2023.
Disposição para negociar
Fávaro afirmou que o governo brasileiro está aberto ao diálogo com os Estados Unidos para negociar as tarifas, porém ressaltou que a soberania nacional é inegociável.
Sobre a declaração do secretário de Estado americano, Marco Rubio, que sugeriu possíveis medidas retaliatórias em razão de decisões do Supremo Tribunal Federal, o ministro manifestou preocupação e defendeu a independência dos poderes no Brasil.
Em caso de novas represálias, o Brasil está preparado para responder com firmeza, garantindo sua soberania. Fávaro enfatizou ainda que as tarifas americanas não fazem sentido do ponto de vista comercial, já que o Brasil tem déficit na balança comercial com os EUA.
O ministro destacou que certos produtos, como suco de laranja, celulose e cacau, ficaram isentos das tarifas, e que o diálogo continuará aliado a medidas de apoio aos exportadores brasileiros.
Estadão Conteúdo