Cientistas americanos desenvolvem um modelo de prótese de braço com sensores que se ligam aos nervos do paciente para provocar nele novamente a sensação do tato. Uma espécie de bracelete é implantada no membro de forma a transmitir estímulos eletrônicos da prótese ao corpo. O dispositivo transmite estímulos eletrônicos da prótese ao corpo. Esses sinais posteriormente são repassados e codificados pelo cérebro em sensações.
Até agora, a tecnologia só foi aplicada nos membros superiores. O projeto está em desenvolvimento pela Case Western Reserve University, em Cleveland, nos Estados Unidos.
Após um mapeamento de diversas estímulos e suas sensações correspondentes, um dos pacientes conseguiu distinguir 19 sensações diferentes ao redor da prótese, como a pressão que a pessoa exercia sobre determinado objeto ou a textura de diversos materiais. Os resultados, publicados na revista científica Science Translational Medicine, são animadores. Dois pacientes que utilizam as próteses com a nova tecnologia conseguem realizar tarefas delicadas, como separar as hastes de uma cereja.
Um deles, Igor Spetic, que perdeu a mão direita em um acidente há quatro anos, utiliza a prótese com sensores há cerca de dois anos e meio e sentiu uma grande diferença em sua relação com o mundo. “Tinha de observar atentamente tudo o que fazia e avaliar, por meio da visão, se estava aplicando o grau adequado de força – por exemplo, quando segurava um objeto”, contou o paciente.
Hoje em dia, Spetic consegue, de olhos vendados, sentir a diferente textura de materiais como uma lixa ou um pedaço de velcro. Por enquanto, a tecnologia só é utilizada dentro do laboratório, e não é possível estipular quanto ela custará, mas há planos para ser difundida no cotidiano das milhões de pessoas deficientes físicas nos próximos anos.
O chefe dos estudos, Dustin Tyler, se mostra otimista com a futura implementação do equipamento. “Nós acreditamos que, entre cinco e dez anos, teremos um sistema funcionando: a pessoa chega pela manhã, fazemos o procedimento para implantar eletrodos em cada nervo e a pessoa receberá um aparelho de bolso para que, quando for ligado, a pessoa possa sentir suas mãos”, explicou Tyler.
Além de devolver o tato, o aparelho também elimina um fenômeno conhecido como “membro fantasma“, quando o paciente sente dor no membro que perdeu. Igor Spetic revela um desejo em relação à tecnologia: “Eu adoraria sentir a mão da minha esposa. Poder ficar de mãos dadas seria incrível”.
Fonte: Olhar digital