Um bombardeiro estratégico B-52 dos Estados Unidos, com capacidade para transportar armas nucleares, realizou um sobrevoo próximo à costa da Venezuela. Esta ação militar norte-americana intensifica ainda mais as pressões contra Nicolás Maduro, ocorrida nesta quarta-feira (15/10).
Além da aeronave BUNNY03, outros dois B-52, destinados a carregar armamentos convencionais, realizaram voos na mesma área. Identificados como BUNNY01 e BUNNY02, eles partiram da cidade de Shreveport, no estado da Luisiana, por volta das 2h50 (horário local).
De acordo com o site de monitoramento de voos Flighradar24, os três bombardeiros pesados passaram próximos da ilha La Orchila, onde está situada uma base militar venezuelana. As aeronaves chegaram a se posicionar a menos de 200 km da capital venezuelana, Caracas, mas permaneceram no espaço aéreo internacional, sem infringir qualquer restrição.
Até o momento, o governo dos Estados Unidos não se pronunciou oficialmente sobre o voo. Porém, mais cedo, o Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) anunciou exercícios militares que envolvem helicópteros e um grupo anfíbio da Marinha no Mar do Caribe. Segundo o comunicado, a operação visa interromper o tráfico ilegal de drogas e proteger a pátria.
Pressão contra Maduro
O voo dos bombardeiros próximos à Venezuela fortalece o cerco e a pressão dos Estados Unidos contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Desde agosto, Washington enviou uma frota naval para a região do Caribe e posicionou caças F-35 em Porto Rico.
Essa mobilização ocorre em um contexto de acusações contra o líder chavista, apontado como comandante do cartel Los Soles. Essa organização foi reclassificada como grupo terrorista pelo governo americano — medida que abriu caminho para operações militares em outros países sob a justificativa do combate ao terrorismo.
Nesta quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela. Na visão do mandatário americano, essa autorização é essencial para bloquear a circulação de drogas nos Estados Unidos. Contudo, o jornal The New York Times aponta que a intenção real dessa decisão é derrubar o governo de Nicolás Maduro.