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quinta-feira, 26/06/2025




Bombardeiro furtivo fica preso no Havaí após ataque ao Irã

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IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Um dos bombardeiros furtivos B-2 empregados na ofensiva americana contra o Irã no último domingo (22) permaneceu retido. O aparelho está estacionado no aeroporto internacional de Honolulu, no Havaí, aguardando reparo de um problema técnico ainda não esclarecido.

Este B-2 foi utilizado como isca para confundir os iranianos na complexa Operação Martelo da Meia-Noite, que danificou duas instalações do programa nuclear em Teerã com bombas capazes de destruir bunkers, além de atingir uma terceira instalação com mísseis lançados de um submarino.

No sábado (21), o bombardeiro decolou em um dos dois grupos que saíram da base aérea de Whiteman, no Missouri (EUA), em direção ao Pacífico. Estima-se que no total tenham decolado oito aeronaves.

Com equipamentos de rastreamento ativados, os voos foram registrados por sites de monitoramento aéreo, e rapidamente se tornaram notícia. Um vazamento na Força Aérea informou à imprensa americana que as aeronaves seguiriam para Guam, no Pacífico, de onde poderiam se deslocar para a base de Diego Garcia, no Oceano Índico.

Logo após, um segundo grupo de B-2 partiu em operação secreta, aproveitando a capacidade dos aviões de enganar radares graças ao seu design e revestimentos especiais, voando em direção ao Atlântico.

Esse segundo grupo conduziu os principais ataques, cerca de 18 horas depois, já madrugada de domingo no Irã (início da noite no Brasil). Consistia em sete aviões, cada um equipado com duas bombas GBU-57, armamento exclusivo dos B-2.

Enquanto o grupo fantasma seguia para Guam, uma das aeronaves retornou à base de Whiteman no meio do trajeto.

Em Honolulu, uma das aeronaves declarou emergência, informação captada por entusiastas que monitoram comunicações aeronáuticas. O B-2 utilizou uma frequência UHF codificada, portanto as conversas dos pilotos não foram expostas.

Consultada sobre detalhes operacionais, a Força Aérea optou por não se manifestar. O site The War Zone questiona o número divulgado pelo Pentágono, sugerindo que apenas dois B-2 atuaram como isca, apoiados por uma grande frota visível de aviões-tanque.

Ao todo, os EUA afirmam ter empregado 125 aeronaves na missão, cujo sucesso é contestado. O governo Donald Trump alega ter destruído o programa nuclear iraniano, Israel afirma que o programa foi comprometido por anos, enquanto Teerã nega danos significativos.

O B-2 em Honolulu chamou a atenção de passageiros de voos civis, que viram a máquina avaliada em US$ 2 bilhões parada em uma pista secundária, escoltada apenas por um carro da polícia. O aeroporto Daniel K. Inouye está integrado à base aérea militar de Hickman.

A manutenção do B-2 é complexa, e o Havaí não dispõe de hangares climatizados adequados para o armazenamento prolongado do aparelho. O revestimento que absorve ondas de radar não resiste bem à chuva e ao calor intenso.

Dependendo da falha, o bombardeiro pode ficar exposto às intempéries por várias semanas. Honolulu, ponto estratégico entre os EUA e a Ásia, já recebeu outros B-2 com problemas técnicos, cuja recuperação demorou bastante.

Dos 21 B-2 fabricados, dois já foram perdidos em acidentes. Se a operação usou todos os aviões mencionados, quase toda a frota esteve em voo simultaneamente, algo raro.

O B-2 será gradualmente substituído pelo mais avançado B-21, atualmente em fase de testes e com voo inaugural realizado. Essa nova aeronave, também muito cara, será fabricada em maior escala para unificar a frota estratégica americana, substituindo não só o B-2, como também os modelos B-52 e B-1B.




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