Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal garanta segurança contínua durante a internação hospitalar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi tomada para acompanhar o procedimento cirúrgico necessário para corrigir duas hérnias inguinais. A vigilância ocorrerá com ao menos dois agentes na porta do quarto no Hospital DF Star, em Brasília, durante todo o internamento.
A Polícia Federal é responsável por toda a segurança do preso e das instalações hospitalares, mantendo equipes prontas tanto dentro quanto fora do hospital pelo tempo que julgar necessário.
O ambiente hospitalar terá restrições severas: está proibida a entrada de dispositivos eletrônicos como celulares e computadores no quarto, excetuando equipamentos médicos, e a Polícia Federal deve garantir o cumprimento desta regra.
Bolsonaro encontra-se preso cumprindo pena de 27 anos e três meses decorrente de processo relacionado a tentativa de golpe de Estado.
Ele será internado no dia 24 de dezembro e realizará a cirurgia no dia 25, conforme pedido feito pela defesa. A autorização foi concedida após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) e análise dos laudos médicos produzidos por peritos da própria Polícia Federal.
O ex-presidente está detido desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal. A cirurgia foi aprovada depois que a perícia identificou a existência de hérnia inguinal bilateral. Exames de ultrassonografia realizados em 14 de dezembro confirmaram esse diagnóstico. Os médicos recomendaram o procedimento como a única solução definitiva, sem caráter emergencial imediato.
Alexandre de Moraes solicitou inicialmente a avaliação técnica dos exames e laudos, além da realização de perícia oficial no dia 17 de dezembro. Dois dias depois, os peritos recomendaram com urgência o reparo cirúrgico para evitar agravamento do problema de saúde.
O ministro também negou o pedido da defesa para que a pena fosse convertida em prisão domiciliar, argumentando que tal benefício só é permitido para condenados em regime aberto, o que não é o caso do ex-presidente.
Após a intervenção cirúrgica e a alta hospitalar, Bolsonaro voltará imediatamente ao sistema prisional.
De acordo com o laudo do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, o agravamento do quadro pode estar associado a fatores como aumento da pressão abdominal, soluços persistentes e tosse crônica, sintomas relatados por Bolsonaro. Exames anteriores, realizados em agosto, não indicavam a existência das hérnias, que começaram a ser detectadas clinicamente em novembro e confirmadas por exames de imagem em dezembro.

