O ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal, deixou a prisão nesta quarta-feira (24/12) para ser levado ao Hospital DF Star, em Brasília. Detido desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal, esta foi sua primeira saída desde o início da custódia.
A saída e o transporte foram acompanhados pela Polícia Federal, que também garantiu a segurança durante toda a internação. No hospital, Bolsonaro contou com a vigilância constante de dois policiais federais na porta do quarto, além de seguranças na entrada da unidade de saúde.
Acompanhado de sua esposa, Michelle Bolsonaro, ele foi internado na véspera do Natal para uma cirurgia que visa reparar duas hérnias inguinais, procedimento previsto para o dia 25 de dezembro. Ainda não há previsão para sua alta.
A autorização para a cirurgia foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que lidera os processos relacionados à trama golpista. A decisão seguiu recomendação favorável da Procuradoria-Geral da República e teve como base um laudo da Polícia Federal, que identificou a necessidade do procedimento após perícia.
Durante a internação, o uso de dispositivos eletrônicos no quarto está proibido, com exceção dos equipamentos médicos. Visitas só podem ocorrer mediante autorização judicial, exceto a presença da esposa, que tem permissão para permanecer ao lado do ex-presidente durante todo o período hospitalar.
Bolsonaro deverá retornar à prisão assim que receber alta médica.
Contexto médico
Em 14 de dezembro, exames por ultrassonografia detectaram duas hérnias inguinais. Médicos recomendaram cirurgia como único tratamento definitivo para o problema.
Os documentos médicos foram analisados por peritos da Polícia Federal, que confirmaram a necessidade da operação em caráter eletivo, o que resultou na autorização do ministro Moraes para a realização do procedimento.
O laudo médico indicou que, embora não seja uma emergência imediata, o procedimento cirúrgico deve ocorrer o mais rápido possível para evitar agravamento da condição, que pode levar a complicações sérias.
Sobre a hérnia inguinal
A perícia da Polícia Federal constatou que Bolsonaro apresenta hérnia inguinal bilateral, acometendo ambos os lados da região da virilha. Essa condição ocorre quando uma parte do intestino ou outro tecido interno desloca-se através de uma fraqueza na musculatura abdominal, formando um inchaço que pode gerar dor e desconforto.
Exames realizados em agosto de 2025 não haviam identificado as hérnias, mas em novembro foi diagnosticada a presença de uma hérnia em um dos lados. Em dezembro, exames de imagem confirmaram que a hérnia afetava ambos os lados.
Segundo os especialistas, a piora do quadro pode estar associada ao aumento da pressão intra-abdominal, potencializada por episódios persistentes de soluços e tosse crônica relatados pelo paciente.

