
Nas vésperas de uma possível denúncia da PGR, Bolsonaro reforça ataques contra urnas eletrônicas e ministros do Supremo
Em um momento crucial para o futuro político, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) voltou a questionar a integridade do sistema eleitoral brasileiro e a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma transmissão ao vivo no último sábado (15/2), direcionada a apoiadores que residem nos Estados Unidos, Bolsonaro proferiu novas críticas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando, sem apresentar provas concretas, que a instituição teria recebido recursos estrangeiros para incentivar jovens de 16 anos a tirarem o título de eleitor.
Segundo ele, a campanha teria beneficiado candidatos de esquerda, contribuindo para a derrota nas eleições de 2022. “Eles fizeram uma campanha, aí sim, pode ter dinheiro de fora”, afirmou Bolsonaro se referindo ao (TSE).
A fala do ex-presidente ocorre em um contexto de crescente pressão jurídica. A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras 39 pessoas por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa.Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar uma denúncia formal, o que pode resultar na eventual responsabilização do ex-presidente.
Estratégia ou desespero?
O ex- mandatário vinha adotando uma postura mais cautelosa nos últimos meses, seguindo orientações dos advogados para evitar confrontos diretos com o STF. No entanto, a recente fala contra as instituições levanta questionamentos: estaria ele tentando mobilizar a base para pressionar a Justiça ou simplesmente reagindo ao cerco que se fecha contra ele?
Na rede social “X” a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), e deputada federal Gleisi Hoffmann, ironizou as declarações, sugerindo que Bolsonaro pode estar “tentando ser preso”. A declaração da petista reflete a percepção de que o ex-presidente, ao insistir na retórica do embate contra as instituições, levanta uma hipótese de perseguição política para se fortalecer entre os apoiadores. “Só pelas calúnias contra a Justiça e o processo eleitoral, em sua última live, Bolsonaro já merecia tomar uns bons anos de cadeia”, expressou a deputada.
Independentemente da estratégia por trás das declarações de Bolsonaro, o fato é que as declarações reacendem uma discussão sobre a estabilidade democrática no Brasil.
O sistema eleitoral brasileiro já foi amplamente auditado e reconhecido por especialistas nacionais e internacionais como seguro e confiável. As urnas eletrônicas são utilizadas há mais de duas décadas sem qualquer comprovação de fraude, e o próprio TSE reforça que qualquer questionamento deve ser feito por meio de mecanismos legais, e não por discursos inflamados.
Bolsonaro está com os direitos políticos cassados e impedido de disputar eleições até 2030. No entanto, a nova onda de ataques ocorre no pior momento do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atingiu uma desaprovação histórica de 49,8%, de acordo com a pesquisa da Atlas Intel.
A desaprovação tomou uma proporção internacional, recentemente Elon Musk, atual chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos compartilhou uma convocação de impeachment de Lula feita por Mario Nawfal, fundador do grupo IBC.