Os médicos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agendaram para esta segunda-feira (29/12) um novo procedimento, visando bloquear o nervo frênico esquerdo para controlar as crises de soluço. Ele está internado no Hospital DF Star, em Brasília (DF), desde a véspera de Natal, recuperando-se de uma cirurgia feita em 25/12 para tratar uma hérnia inguinal bilateral.
Devido à persistência dos soluços e aos procedimentos além da cirurgia, espera-se que Bolsonaro passe a virada do ano hospitalizado. A necessidade de outro procedimento foi anunciada no sábado (27/12), após ele ter passado pelo bloqueio anestésico do nervo do lado direito. Com a continuidade dos sintomas, os médicos confirmaram novo procedimento para esta segunda-feira, conforme boletim divulgado no domingo à tarde.
“Para amanhã (29, segunda-feira), está programada a continuação do tratamento com bloqueio do nervo frênico esquerdo, seguido de avaliação dos resultados. O paciente seguirá com fisioterapia para reabilitação, medidas de prevenção contra trombose venosa e cuidados clínicos”, consta no boletim.
Soluços persistentes
Jair Bolsonaro sofre com soluços contínuos há cerca de nove meses, segundo a família. Em julho, ele anunciou repouso absoluto e suspensão das agendas políticas devido aos soluços, decisão tomada após orientação médica que considerou múltiplos problemas de saúde. Em seus últimos eventos públicos antes da prisão, o ex-presidente relacionou seus problemas de saúde à facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.
Nas redes sociais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu orações e relatou que Bolsonaro teve uma noite difícil devido a uma crise intensa de soluços, iniciada por volta das 23h e que durou até as 11h20 da manhã seguinte, causando grande exaustão e elevação da pressão arterial.
Detalhes do procedimento
O bloqueio do nervo frênico é uma técnica de radiointervenção que utiliza anestesia local. O efeito dura entre 12 e 18 horas. Após o procedimento, Bolsonaro permanecerá internado para monitoramento e avaliação da evolução de seu quadro clínico.
A internação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, para a realização da cirurgia de correção da hérnia, com liberação baseada em perícia da Polícia Federal a pedido da defesa do ex-presidente. A equipe médica declarou que a cirurgia transcorreu conforme o planejado.
Situação prisional
Bolsonaro cumpriu prisão domiciliar entre 4 de agosto e 21 de novembro deste ano. Posteriormente, após tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, o ministro Moraes determinou prisão preventiva na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília.
Em 25 de novembro, o STF confirmou o trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro e outros réus do núcleo principal da trama golpista, mandando cumprir a pena de 27 anos e 3 meses de reclusão. Ele foi reconhecido como líder da organização criminosa que tentou subverter a democracia e condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de derrubar o Estado Democrático, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio público, além de deterioração de patrimônio histórico.
